Domingo, Outubro 26, 2025
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DAR MESMO PRIORIDADE À EDUCAÇÃO

O Sindicato dos Professores da Região Açores, como membro da FENPROF, está em perfeita consonância com o documento orientador que esta organização propõe para debate e aprovação neste Congresso, ao eleger a revisão global do ECD como um dos principais objectivos da sua acção para o próximo triénio, por constituir, na vigência do regime democrático, o maior atentado de sempre à escola pública e à profissionalidade docente.

O SPRA, embora sendo um Sindicato pouco representativo no conjunto dos associados dos Sindicatos membros da federação, está na linha da frente no combate a este Estatuto do ME, esforçando-se por preservar a sua dignidade institucional, ainda que a muito custo, porque foi na Região Autónoma dos Açores que o ataque ao Sindicalismo, de forma directa e desproporcionada, primeiro se fez sentir, reduzindo drasticamente, em nome do interesse público, os créditos dos dirigentes sindicais em cerca de 2/3, a par do número de Delegados que, com a introdução do conceito de unidade orgânica associado às Escolas Básicas Integradas, ou seja, à criação dos Agrupamentos verticais, implicou uma redução superior a 80% dos Delegados Sindicais então existentes. Apesar do nosso veemente protesto contra a ingerência do Governo na organização e funcionmento dos Sindicatos e de termos interposto uma acção em tribunal, a situação mantem-se e a injustiça agrava-se com a desvirtuação da medição da representatividade sindical.

Considero que este é, talvez, o problema mais sério que o movimento sindical vai enfrentar nos próximos tempos, porque este Governo, defensor de um socialismo desumanizado, está determinado em neutralizar a acção dos Sindicatos e está ciente de que limitando ao máximo os recursos humanos será difícil a sustentabilidade das suas estruturas, será difícil sermos propositivos na definição de políticas globais e sectoriais, será difícil fazermos um sindicalismo de proximidade, interagindo directamente com os nossos colegas de profissão e partilhando do seu pensamento e das suas preocupações sócio-profissionais, e será ainda mais difícil integrar novos elementos e promover a formação necessária a uma renovação de quadros, imprescindível à vitalidade e bom funcionamento das nossas organizações.

O Governo já se apercebeu que não é pelo confronto de ideias que pode vencer os Sindicatos, nem lançando campanhas anti-sindicais visando lançar os trabalhadores contra as associações que os defendem, mas sim minando as suas estruturas, penalizando os seus dirigentes e delegados, dificultando a sua acção no terreno, ao restringir e até impedir o direito de reunião dentro e fora dos locais de trabalho.

Contudo, esta tentativa de desmantelar e reduzir a operacionalidade do movimento sindical, desrespeitando a Constituição da República Portuguesa e atentando contra a Democracia, vai encontrar em todos nós firme resistência, ainda que exigindo redobrados esforços pessoais, para continuarmos a lutar por uma profissão mais digna, e por uma escola mais confiante, em que todos acreditem que vale a pena trabalhar em prol de uma sociedade mais desenvolvida, mas também mais mais solidária e mais democrática.

É com este espírito de missão que o SPRA tem trabalhado, consciente de que a sua acção, embora distante e dispersa por nove ilhas do Atlântico, possa, em alguns aspectos, contribuir para que, juntos, possamos reconstruir a escola pública e dignificar a nossa profissão. No quadro da Autonomia Regional, já iniciámos a caminhada da reconstrução do Estatuto que este Congresso elege, no seu plano de acção, como uma das suas principais prioridades. A única estratégia possível foi autonomizar os campos de acção e de luta, procurando junto dos Governos Regionais encontrar pontos de divergência relativamente à orientação política deste Ministério da Educação, fazendo sentir à Ministra Maria de Lurdes Rodrigues que as suas fortes convicções, pelo menos em questões essenciais e estruturantes do Estatuto, não merecem o acolhimento e reconhecimento dos seus pares e muito menos dos Profesores e Educadores deste país, bem como das estruturas sindicais que os representam.

Estamos a trabalhar numa proposta de Estatuto diferenciado para a Região Açores onde conseguimos não só salvaguardar a carreira única, evitando o insensato fraccionamento dos docentes em categorias estratificadas e hierarquizadas, mas também manter o direito à progressão em função do mérito individual, sem a existência de quotas para as avaliações de Muito Bom e Excelente e de vagas para acesso aos escalões mais elevados e valorizados da carreira. Isto significa que nos Açores todos continuarão a ser Professores e Educadores, fazendo com que a centralidade da função educativa continue associada ao acto de ensinar e educar e não ao de gerir ou supervisionar. Espero que interpretem a nossa resistência como um sinal de esperança para todos os docentes portugueses, porque já foi assim em outros momentos da nossa História.

Com o afastamento da possibilidade de se estender à Região Autónoma dos Açores o concurso de acesso à categoria de Professor titular, até à entrada em vigor do ECD Regional, está também salvaguardada a ameaça à gestão democrática das escolas, baseada nos princípios da elegibilidade, colegialidade e democraticidade, dado que qualquer docente que mereça o reconhecimento e a confiança dos seus pares, pode assumir o desempenho de quaisquer cargos, sem os condicionalismos que se verificam no plano nacional, em que o universo de eleitos se restringe, no máximo, a um terço dos docentes da escola, o que significa a elitização da gestão e um grande passo para a sua profissionalização.

No que se refere aos concursos, conseguimos manter a transparência do processo através da centralização das diversas fases de recrutamento e selecção de pessoal, dos quadros à contratação, assim como a prevalência dos critérios de graduação profissional na determinação das prioridades, e, ainda, preservar a anualidade dos concursos que poderão vir, em breve, a manterem-se permanentemente abertos, salvaguardando a mobilidade dos docentes e as necessidades das escolas.

Ao nível da Municipalização da Educação, temos o compromisso de que este erro de demissão e desresponsabilização do Governo não será cometido nos Açores. As escolas, que nos Açores dispõem de autonomia administrativa e financeira, são instituições de grande responsabilidade colectiva quer na formação dos cidadãos quer no desenvolvimento das regiões e do país, não podendo, por isso, ficar à merçê das fragilidades do poder local.

Seria, contudo, irresponsabilidade nossa dizermos que tudo vai bem nos Açores, o que não é verdade. A febre do economicismo deixa marcas na Proposta de Estatuto Regional agravando, de igual modo, o horário de trabalho dos docentes da Educação Especial e do Ensino Secundário, retardando o direito às reduções da componente lectiva não reconhecendo o desgaste físico e psicológico da profissão, e aumentando, de igual modo, de 26 para 35 o número de anos para acesso ao topo de carreira. Além disso, a adopção de um modelo de avaliação anual que assenta num pressuposto de desconfiança e descrédito sobre o trabalho dos docentes, merece a nossa oposição e discordância. Isto porque não dá espaço à avaliação formativa, não permite a sua articulação com o desenvolvimento de qualquer plano de formação contínua proposto pelo docente ou pela escola, não possibilita uma avaliação contextualizada e, além disso, recorre a instrumentos de avaliação mal aferidos, permeáveis a análises subjectivas, com níveis de exigência excessivos e desajustados da realidade, baseados em alguns critérios que consideramos injustos e até de duvidosa legalidade.

Já temos um Estatuto do Ministério da Educação;

Vamos ter um Estatuto da Secretaria Regional da Educação e Ciência;

Continuaremos a trabalhar e a lutar para conseguirmos o ECD dos Professores e Educadores.

Os Açores continuam a ser uma Região com graves problemas de insucesso escolar, o qual, na última década se mantém praticamente cristalizado, embora registando nos últimos anos ligeiras flutuações em sentido positivo, interpretadas por muitos como uma resultante da aplicação de normativos que têm contribuído para promover mais sucesso administrativo do que real. Facto curioso são as quebras acentuadas nas taxas de sucesso entre os anos terminais de ciclo e os anos iniciais do ciclo seguinte, verificando-se, de igual modo, que ao longo dos vários ciclos o insucesso aumenta vertiginosamente, sendo no ano de 2004/2005 de 18% no 2º ano do 1º Ciclo, 23% no 5º ano, 31% no 7º, 36% no 10% e de 46% no 12º ano.

Não queremos alijar as nossas responsabilidades, mas também não aceitamos que os Governos abdiquem das suas, não só em termos de política educativa mas também de política social, uma vez que, no caso concreto dos Açores, cerca de 19 000 pessoas vivem com o rendimento social de inserção, atingindo, em algumas localidades, aproximadamente 10% da população, situação esta com inegáveis repercussões no comportamento e no aproveitamento escolar dos alunos, que transcendem a capacidade de intervenção pedagógica dos docentes e de acção da própria escola.

Armando Dutra

IX Congresso Nacional dos Professores

 

CONFERÊNCIA SINDICAL SOBRE FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

 

A CGTP-IN organizou hoje, 13 de Abril, em Lisboa, no Hotel Altis, uma Conferência Sindical sobre Formação e Qualificação Profissional, sob o lema “Efectivar o Direito / Garantir Emprego de Qualidade“.

A formação e o aumento da qualificação profissional são fundamentais para os trabalhadores e trabalhadoras, para as empresas e organizações e para o desenvolvimento do País. Mas, em Portugal, não só os níveis de escolaridade são baixos e as taxas de insucesso e de abandono escolar precoce elevadíssimas, como não existe, ainda, uma cultura de formação, quer a nível das empresas, quer dos trabalhadores.

O actual modelo de crescimento económico assente num perfil produtivo baseado em trabalho pouco qualificado e de baixos salários e a falta de qualidade do emprego, determinada pela crescente precariedade – com o aumento significativo dos contratos a termo, do trabalho temporário, dos trabalhadores a “recibo verde” e a proliferação de outras formas não legais de trabalho, são obstáculos à motivação e à eficácia da formação profissional, mesmo daquela a que, por lei, parte importante destes trabalhadores tem também direito, não favorecendo a superação dos atrasos neste campo.

A CGTP-IN tem, desde sempre, dado grande atenção à formação e à qualificação profissional. Em 2006, lançou uma Campanha sobre esta temática, tendo em vista, em particular, a efectivação do direito individual inscrito na lei. Essa Campanha, que se desenvolveu por todo o País, culminará na Conferência nacional de amanhã, onde será debatido o actual quadro da formação e da qualificação profissional em Portugal e as perspectivas de futuro no contexto do novo quadro comunitário de apoio e se aprovará um “Plano de Acção 2007-2008 para a Melhoria das Qualificações e da Qualidade do Emprego”.

 

Outros

Editora ASA

Porto Editora 

Prémio Nacional de Professores do ME

No jornal “O Primeiro de Janeiro” de 30/04/2007: “O Ministério da Educação prorrogou até ao dia 8 de Maio o prazo para entrega da documentação justificativa das propostas dos docentes candidatos à edição 2007 do Prémio Nacional de Professores, que se destina a educadores e professores do Básico e do Secundário.

Os educadores e professores do Ensino Básico e do Secundário que pretendam candidatar-se à primeira edição do Prémio Nacional de Professores poderão fazê-lo até ao próximo dia 8 de Maio. A tutela decidiu alargar o prazo, que terminava hoje, para entrega da documentação justificativa das propostas dos candidatos, que poderão manifestar a sua intenção através do preenchimento de um primeiro formulário de proposta. O proponente recebe depois um código e uma palavra-chave, através do seu endereço de correio electrónico, e preenche um segundo formulário, em que terá de introduzir o texto justificativo da proposta (com o máximo de 15 mil caracteres), o seu Curriculum Vitae e os vários documentos a incluir no portfólio de candidatura.

 
 O prémio visa reconhecer e galardoar os que contribuem de forma excepcional para a qualidade do sistema de ensino, quer no exercício da actividade docente, em contacto directo com os alunos, quer na defesa de boas práticas e condutas com impacto na dignificação e valorização da escola.”

 

1.º Maio – Dia Internacional do Trabalhador

Dia Internacional do Trabalhador foi comemorado em P. Delgada, Angra e Horta num conjunto de mais 50 localidades em todo o País Carvalho da Silva: “Este 1º de Maio é um compromisso para o êxito da Greve Geral de 30 de Maio”

 

 

“Basta de precariedades, de flexiguranças, de desemprego, de desigualdades. A Greve Geral de 30 de Maio significará um protesto justo, um alerta e um aviso ao patronato e ao Governo e uma necessária e indispensável exigência de mudança de rumo. O País conta com o empenho da CGTP-IN para essa mudança de rumo. É preciso criar esperança e confiança no futuro!”.

São palavras de Manuel Carvalho da Silva na tribuna do 1º de Maio em Lisboa, marcado pela chuva e pelo mau tempo que, mesmo assim, não conseguiram desmobilizar as dezenas de milhar de participantes no desfile realizado à tarde, entre o Estádio 1º de Maio e a Cidade Universitária, onde não faltaram os bombos, os Zés-Pereiras, o colorido das bandeiras e, principalmente, uma grande afirmação popular na valorização do mundo do trabalho.
No conjunto, mais de 50 localidades do continente e regiões autónomas viveram este Dia Internacional do Trabalhador, através de múltiplas e variadas iniciativas (manifestações, comícios, sessões, convívios, festas, distribuição de documentos, concentrações, provas desportivas, acções culturais lembrando Zeca Afonso, entre outras) promovidas pela CGTP-IN. Na Região Autónoma dos Açores decorreram actividades nas cidades de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta. No Porto, as comemorações tiveram lugar na Pç. General Humberto Delgado e na Av. dos Aliados. Muitos educadores e professores associaram-se a estas jornadas, em todo o País.

 

Ataque brutal aos professores e aos outros trabalhadores

“Este 1º de Maio é um compromisso para o êxito da Greve Geral de 30 de Maio”, sublinhou Carvalho da Silva em Lisboa.
O
dirigente sindical alertou para “a irracionalidade das reformas deste Governo contra os professores”, bem patente na forma como o ME impôs o seu ECD, apontando também alguns dos traços muito negativos da política com que o Executivo Sócrates ataca diariamente o conjunto dos trabalhadores da Administração Pública. A este propósito, o responsável da Central falou da “redução continuada dos salários reais”, do “congelamento das progressões”, da “lei da mobilidade e dos disponíveis”, das alterações do estatuto da aposentação e dos “vínculos, carreiras e remunerações”, visando “a destruição do estatuto público” do emprego e “a generalização do contrato individual de trabalho”.

“O que se perspectiva com as receitas que estão a ser preparadas contra os trabalhadores ? em torno da revisão do Código de Trabalho, da promoção do Livro Verde da UE sobre as Relações Laborais e, sobretudo, com a chamada flexigurança ? consubstancia um brutal ataque aos trabalhadores, visando o despedimento totalmente liberalizado (sem justa causa), a desregulação do trabalho e o aumento dos horários laborais, a troco de uma falsa promessa de protecção social”, alertou Carvalho da Silva.

Uma ideologia que quer transformar
pessoas em números?

O secretário-geral da CGTP-IN, acompanhado na tribuna pelos elementos do Executivo da Central, chamou a atenção para a situação de pobreza, agravamento das condições de vida e de desemprego (incluindo o de longa duração) e para o panorama de quase paralisia económica do País, em contraste com os lucros do sector financeiro e dos grandes grupos empresariais: só a EDP, SONAE, Galp e PT tiveram em 2006 mais 14,4 por cento de lucros, qualquer coisa como 5,3 mil milhões de euros (mais de 10 mil euros por minuto!?).
“As linhas fundamentais das políticas económicas e sociais, que vêm sendo seguidas, submetem-se ao ideário e práticas neoliberais”, afirmou Carvalho da Silva, que, neste contexto, falou do ataque ao Estado Social, do fundamentalismo económico e monetário e da submissão ao Pacto de Estabilidade.

Numa ideologia que quer “transformar pessoas em números”, aparece um Governo que “desenvolve um cuidadoso marketing suportado numa assessoria de comunicação que procura condicionar a informação que os portugueses recebem, distorcendo a realidade dos factos”, alertou. / JPO

Trabalho de Sergei nomeado para Melhor Álbum de Tira ou Prancha Cómica Nacional

 
 
O livro “Os compadres”, de Sergei (Paulo Teixeira) está nomeado para MELHOR ÁLBUM DE TIRA OU PRANCHA CÓMICA NACIONAL – 5ª edição dos prémios nacionais de Banda-Desenhada “Central-Comics”. Embora seja um júri a avaliar e atribuir os prémios, todos os álbuns (nomeados nas diversas categorias) estão disponiveis para quem gosta de BD e Cartoon, podendo assim dar o seu voto on-line.
 
Por isso o autor proõe uma visita a este endereço: http://www.centralcomics.com/trofeus/
 
O Central-Comics é um portal português com alguns anos, colaborador do Amadora BD e referencia nacional a nível da banda-desenhada. Estar nomeado para este prémio é já por si uma vitória!

MELHOR ÁLBUM DE TIRA OU PRANCHA CÓMICA/CARTOON/CARICATURA NACIONAL:

 
1- Caretas do Mundial (Luís M. Pereira, Carlos Laranjeira, Pedro R. Ferreira e Ricardo Calvão, Primebooks)
2- Manual de Posição para Labregos (Álvaro, Pedranocharco)
3- Os Compadres (Sergei, Polvo)
4- RiBanho (Luís Afonso e Carlos Ricos, Primebooks)

Educação: Ministério nega que 20 mil docentes venham a ser dispensados

 

Lisboa, 10 Abr (Lusa) – O Ministério da Educação (ME) negou hoje que 20 mil docentes possam vir a ser dispensados pelo Governo no âmbito da mobilidade especial da Função Pública, como estimou o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC).

Razões do apoio do SPRA a Mário Nogueira para Secretário-Geral da FENPROF

Apoie Mário Nogueira a Secretário Geral da FENPROF
O apoio do Sindicato dos Professores da Região Açores à candidatura de Mário Nogueira a Secretário Geral da FENPROF fundamenta-se não em razões pessoais e políticas, mas estritamente sindicais. Mário Nogueira é um sindicalista de referência: é dinâmico, mobilizador, combativo, bom comunicador, conhecedor das questões sócio-profissionais e do movimento sindical, possui larga experiência de coordenação, demonstra capacidade de liderança e espírito democrático, tem grande disponibilidade e capacidade de trabalho.

Mário Nogueira é um sindicalista com provas dadas, que transmite ânimo, confiança e esperança a todos os que com ele trabalham e, sobretudo, aos Educadores e Professores deste país, que vêem nele o homem capaz de interpretar o seu sentir profissional, de o defender nas várias organizações e instâncias do poder e de o projectar no espaço público quando necessário for.

Mário Nogueira é, no momento presente, o sindicalista que, no plano da argumentação político-sindical, ao nível da educação, maiores constrangimentos tem causado ao Governo, sendo, por isso, um candidato incómodo, que importa neutralizar. Assistiremos a jogos políticos e a manobras de diversão para confundir a mais valia desta candidatura.

 

Contudo, Mário Nogueira e os seus apoiantes saberão resistir para que, nas funções de Secretário Geral, ele possa continuar a defender os interesses dos Educadores e Professores, a escola pública e uma educação de qualidade, mantendo a vitalidade da FENPROF, com a dimensão e a projecção que todos lhe reconhecem.

Armando Dutra
Presidente do SPRA

Educação Especial: comunidade científica confirma denúncia e críticas da FENPROF

 

A FENPROF tem vindo a denunciar que o Ministério da Educação, ao adoptar a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF 2001 da Organização Mundial de Saúde – OMS) como referencial teórico para a avaliação de alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE), pretende deixar sem apoio especializado da educação especial um cada vez maior número de crianças e jovens com NEE, pondo em risco a Escola Inclusiva, vertente fundamental de uma Escola Pública de Qualidade e para Todos.

O ME tem vindo a impor às escolas a utilização da CIF 2001 OMS como instrumento de avaliação das NEE, violando, quer o quadro legal vigente, quer as próprias orientações da OMS, nomeadamente “que a CIF 2001 OMS nunca deve ser utilizada para rotular as pessoas ou identificá-las apenas em termos de uma ou mais categorias de incapacidade” [CIF, pag. 200] e “oferece uma estrutura conceptual para a informação aplicável aos cuidados de saúde pessoais, incluindo a prevenção, a promoção da saúde e a melhoria da participação, removendo ou atenuando as barreiras sociais e estimulando a atribuição de apoios e de facilitadores sociais.” [CIF, pag. 8]

As denúncias e tomadas de posição da FENPROF, relativamente a esta matéria, são agora corroboradas pelo Fórum de Estudos de Educação Inclusiva (FEEI) [subscrita por docentes da área de Educação Especial / Educação Inclusiva de 18 Instituições de Ensino Superior] ao afirmarem que a proposta do ME, de utilizar a CIF 2001 OMS, como critério de avaliação das NEE lhes “parece um equívoco“, sublinhando, ao mesmo tempo, que “esta tentativa de criar uma nítida separação entre os alunos com e sem deficiência em contextos educacionais afigura-se-nos como uma decisão cientificamente errada e que não promove a Educação Inclusiva, como é entendida pelas comunidades que a praticam e investigam“.

A aplicação, pelo ME, deste instrumento clínico de avaliação demonstra, uma vez mais, a sua obsessão economicista e de exclusão e a pretensão de criar dois sistemas paralelos: um para a maioria dos alunos e um outro para os alunos com deficiência, colocando um enorme grupo de crianças e jovens com NEE sem os apoios de que necessitam. O ME continua a confundir, por desconhecimento e incompetência, Regime Educativo Especial [Decreto-Lei n.º 319/91, de 23 de Agosto] e Medida de Ensino Especial.

A FENPROF reafirma a sua denúncia do desinvestimento que o ME tem vindo a fazer na Escola Pública, à qual tem retirado importantes meios e recursos materiais, humanos e financeiros, fundamentais para a garantia de uma verdadeira Inclusão dos alunos com NEE. No presente ano lectivo, os alunos com NEE ficaram sem apoio especializado ou viram o número de horas de apoio reduzido a níveis tão mínimos que está em risco a qualidade de intervenção dos serviços de educação especial.

Apesar da contestação e denúncia dos Sindicatos da FENPROF e da Comunidade Científica, o ME continua empenhado numa política inflexível e autista, prosseguindo com as já anunciadas medidas de redução do número de alunos apoiados e do tempo de apoio para os que dele continuam a beneficiar.

A FENPROF reafirma a sua firme intenção de continuar a defender uma Escola Pública de Qualidade e Inclusiva e declara-se disponível para cooperar com todas as entidades que queiram prosseguir o combate contra todas as medidas do Governo/ME que visem a construção de uma Escola em que a EXCLUSÃO (escolar e educativa) passe a ser a regra e a INCLUSÃO a excepção.

O Secretariado Nacional da FENPROF

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