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O discurso da ministra da Educação: mau no que é objectivo, preocupante no que é ambíguo

O discurso da ministra da Educação:

mau no que é objectivo, preocupante no que é ambíguo

A Ministra da Educação anunciou ontem na Assembleia da República a reconversão profissional de milhares de docentes para áreas como o apoio à biblioteca, a manutenção dos edifícios, o apoio jurídico, o apoio social, entre outras.

Percebe-se mal o que pretende o ME ? colocar, temporariamente, professores com outras funções? Reconverter docentes que passarão para outra categoria profissional? ?, mas compreende-se que serão milhares os docentes que ficarão sujeitos a esta mal explicada reconversão profissional, com consequências que são ainda desconhecidas.

A Plataforma Sindical de Professores considera que não há professores a mais no sistema, bem pelo contrário, tendo em conta os graves problemas que afectam a Educação em Portugal. A alegada existência de professores em excesso decorre, sobretudo, de um conjunto de medidas que têm vindo a ser tomadas ? encerramento de escolas, cortes na Educação Especial, integração das Escolas Secundárias no agrupamento? ? e outras que, pela imposição de um novo ECD, o ME pretende aprovar, designadamente o aumento dos horários de trabalho, a extinção dos quadros de escola, etc…

O que é público e objectivo é o corte de 343 milhões de euros em salários, obtido através de um número muito elevado de docentes a dispensar, bastante mais do que os 5 000 contratados que a Ministra da Educação diz que serão despedidos, e com o bloqueio à entrada de novos docentes no sistema, designadamente educadores de infância e professores do 1º CEB.

Por fim, quanto à participação das organizações sindicais na aprovação de novos normativos legais, ela só pode ter lugar no quadro dos indispensáveis processos negociais de regulamentação das matérias em apreço, não havendo qualquer disponibilidade das organizações sindicais para colaborarem informalmente, a convite do ME, na construção de soluções cujos pontos de partida são profundamente negativas para professores e educadores.

                                                                    

                                                                     A Plataforma Sindical de Professores

Ministra da Educação garante que professores não vão integrar supranumerários

 

Tutela prepara projecto de reconversão dos docentes sem horário atribuído

Ministra da Educação garante que professores

não vão integrar supranumerários

A ministra da Educação garantiu hoje na Assembleia da República que o Governo não tenciona colocar qualquer professor no quadro de supranumerários, estando a preparar um projecto de reconversão profissional dos docentes sem horário atribuído.

“Não tencionamos colocar um único professor no quadro de supranumerários”, assegurou Maria de Lurdes Rodrigues no debate do Orçamento de Estado para 2007 na especialidade, adiantando que o seu ministério está a preparar soluções alternativas, que permitam aos docentes desempenhar outras funções nas escolas, nomeadamente de carácter técnico.

Considerando que “globalmente não há professores a mais” em Portugal, a responsável afirmou que se verifica, no entanto, um desajuste entre o número de alunos e o número de docentes em algumas regiões e em alguns níveis de ensino.

“A rede de escolas era muito dispersa e a sua concentração, além da diminuição do número de alunos, torna evidente que há professores do primeiro ciclo que não são necessários ao sistema. O Ministério da Educação tem de arranjar soluções para esse problema”, exemplificou, em declarações aos jornalistas.

De acordo com Maria de Lurdes Rodrigues, a tutela vai apostar num complemento de formação especializada para os docentes sem horário atribuído que habilite os professores a desempenhar funções técnicas nas escolas, como “o apoio à biblioteca, a manutenção do edifício, o apoio jurídico, o apoio social e a orientação vocacional”.

O projecto que permite a reconversão profissional destes professores está já a ser definido pelo Ministério da Educação, em parceria com três universidades, adiantou.

Segundo a ministra, a tutela convidou os sindicatos a integrar um grupo de trabalho destinado a encontrar soluções para evitar que os professores com horário zero fossem colocados no quadro de excedentes da Administração Pública, não tendo recebido até agora qualquer resposta por parte das organizações sindicais.

No entanto, a participação dos sindicatos neste grupo de trabalho, assim como em outros dois destinados a regulamentar a extinção dos Quadros de Zona Pedagógica e os critérios de avaliação dos docentes, foi em Outubro condicionada pelo ministério, que exigiu o fim dos protestos por parte dos professores, o que as estruturas sindicais classificaram de “intolerável chantagem”.

Corte orçamental criticado pela oposição

No Parlamento, Maria de Lurdes Rodrigues foi confrontada pela oposição com a redução de 4,2 por cento nas verbas disponibilizadas no Orçamento de Estado de 2007 para a Educação, uma diminuição que o PSD considera traduzir “um desinvestimento e uma falta de opção política” no sector por parte do Governo.

“A Educação foi relegada para segundo plano. A ministra veio aqui dizer-nos que a Educação pára este ano e segue dentro de momentos”, criticou o deputado social-democrata Pedro Duarte.

O corte de 343 milhões de euros nas verbas com pessoal foi particularmente contestado pelos partidos da oposição, sobretudo pelo PCP, que teme que esta redução implique “o despedimento de milhares de professores”. “Há um entendimento cada vez mais generalizado que o ministério não gosta, odeia os professores. O corte de 343 milhões de euros implica a saída de milhares de professores, mas sem recursos humanos não pode haver qualificação dos portugueses”, criticou a deputada do PCP Luísa Mesquita.

Questionada pelos comunistas, a ministra explicou que dos 343 milhões de euros de redução nas despesas com pessoal, 100 milhões estão relacionados com a aposentação de educadores de infância e professores do primeiro ciclo, que já não serão substituídos.

A reforma de professores do 2º e 3º ciclos, que também não serão substituídos directamente, permite ainda poupar 80 milhões de euros, além de outros 100 milhões que serão cortados com a diminuição dos destacamentos de professores para funções não docentes e com a redução dos encargos dos serviços regionais. O restante montante é conseguido através do congelamento das progressões automáticas na carreira, que vai manter-se no próximo ano, e com a redução do número de professores contratados.

“A nossa expectativa é reduzir em cinco mil o número de professores contratados relativamente ao ano passado”, afirmou Maria de Lurdes Rodrigues.

A redução das despesas com pessoal, que passam de 5.021 para 4.677 milhões de euros, permite ao ME diminuir o peso dos gastos com trabalhadores em 1,6 por cento, no próximo ano. Apesar dos cortes, as despesas com pessoal representam ainda 80,4 por cento do orçamento total do sector.

No total, a despesa do Ministério da Educação vai diminuir 4,2 por cento relativamente à estimativa de execução para 2006, para um total de 5.841 milhões de euros, o que corresponde a 3,7 por cento do Produto Interno Bruto, menos 0,4 por cento do que este ano.

13.11.2006 – 15h43   Lusa

20 mil docentes do básico e do secundário estarão, em 2007, na lista dos supranumerários

Mais de 20 mil docentes do básico e do secundário estarão, em 2007, na lista dos supranumerários
Fusão e extinção de escolas, professores com mais horas de aulas por semana e aumento da idade de reforma são ingredientes suficientes para atirar milhares de docentes para o regime da mobilidade especial, vulgo supranumerários da Função Pública, avisa Mário Nogueira, do secretariado nacional da Fenprof. O sindicalista chega àquelas conclusões a partir de medidas já em vigor e da proposta do Governo para a alteração dos Estatutos da Carreira Docente (ECD). “Só falta ao Ministério da Educação (ME) dizer quem são as vítimas: os mais novos ou os mais velhos, que custam mais ao Estado”.
Durante o debate esta semana do Orçamento de Estado, o Governo foi, por diversas vezes, interrogado sobre o número de funcionários públicos que passarão em 2007 para o regime de mobilidade.
A resposta não chegou, mas há quem já tenha feito contas. Eugênio Rosa, economista da CGTP, disse ao Expresso que as reduções na rubrica “remunerações certas e permanentes” são de 355 milhões de euros no caso do ME. Um corte nas despesas face a 2006 ? quando a progressão nas carreiras já estava congelada ? que só pode significar a redução de efectivos por conta da Educação. Mário Nogueira adianta que os cortes orçamentais destinados a salários vão “dispensar cem mil funcionários públicos, um quarto dos quais professores”, e colocá-los na “antecâmara do desemprego”.
Segundo o responsável da Fenprof, os professores que estão entre o 8Q e o 10Q escalão e que não conseguirem uma vaga para professor titular ? uma das duas categorias previstas no futuro ECD ? serão os primeiros a transitar para a bolsa da mobilidade. “O objectivo não é aumentar a qualidade mas diminuir a despesa”, refere. Contactado, o gabinete de Lurdes Rodrigues não respondeu até ao fecho da edição.

Expresso, 11/11/2006

Saúde: Orçamento de Estado para 2007 anuncia mais despesas para os cidadãos

Para além das taxas moderadoras já existentes, que aumentaram substancialmente nos últimos dois anos, a proposta de OE para 2007 propõe agravar esses custos, instituindo novas taxas e aumentado as já existentes.

No caso dos internamentos, a proposta é de 5 euros por dia de internamento até ao limite de 10 dias, e de uma taxa de 10 euros por cada acto cirúrgico realizado em ambulatório.

Dado a forte constatação por parte significativa da sociedade contra o pagamento destas taxas, o Governo já teve de recuar. Primeiro falou da aplicação desta medida sem limite de dias, depois referiu até 14 dias de internamento e agora propõe o pagamento durante 10 dias. Na nossa opinião, continua a ser inaceitável a criação destas novas taxas.

O argumento do Ministro, é de quem não tem nenhuma justificação para propor estas medidas, quando refere que é para valorizar o acto médico, responsabilizando o paciente e o prestador, como se o internamento e as cirurgias fossem actos irresponsáveis e ao sabor de cada um.

Há que registar que em 2004, o actual Primeiro-ministro, enquanto candidato à liderança do PS, referia, em relação às medidas anunciadas quanto às taxas moderadoras, por Pedro Santana Lopes, então Primeiro-ministro, “o que se pretendia era lançar um novo imposto, e que se devia era combater a evasão e a fraude fiscal”. Sem comentários.

O Orçamento de Estado propõe ainda reduzir as comparticipações do Estado no preço dos medicamentos, o que significa um aumento na parte das comparticipações dos cidadãos.

Assim o escalão B irá custar mais 1% aos bolsos de quem deles necessita, no escalão C 3% e no escalão D 5%.

Quanto ao preço dos medicamentos (Portugal é dos países da União Europeia onde os preços são mais elevados) vem agora o Governo propor uma diminuição em 6%, não fazendo mais do que a sua obrigação, dado que não se têm cumprido as normas que devem proceder à determinação do seu preço, ou seja, a média dos preços dos medicamentos da Espanha, Itália, Grécia e França.

Os medicamentos são, como se sabe, uma grande área de negócios, e os vários interesses começam a mover-se no sentido de não verem beliscados os seus lucros. Vem agora a ANF dizer que vai fazer esforços junto da Assembleia da República para que não se reduza o preço dos medicamentos, na medida em as margens de lucro das farmácias de 20% diminuirão para 18,25%. A estes junta-se a indústria farmacêutica que afirma que é gravosa a medida proposta porque vai reduzir as suas margens de lucro de 72% para 65%. Por isso, os utentes que paguem.

A CGTP-IN considera há muito que é necessário reduzir o preço dos medicamentos, porque os seus preços são incompatíveis com o nível de vida da maioria da população, nomeadamente dos reformados e outras camadas com debilidades sociais, tanto mais que estão ameaçados de ver as suas comparticipações com os medicamentos a aumentar.

CGTP-IN
Lisboa, 26/10/2006

Conferência de Imprensa

 

O Sindicato dos Professores da Região Açores não se conforma com o desfecho deste “processo negocial” que envolveu a Plataforma Sindical de 14 Organizações de Professores e o Ministério da Educação, no que respeita à alteração ao Estatuto da Carreira Docente.

O produto final é mau demais para que o SPRA cruze os braços e não procure, no quadro da Autonomia Regional, soluções que minimizem os efeitos desta Proposta de Diploma, já dada como pronta pelo Ministério da Educação para ir a Conselho de Ministros, apesar de solicitada a negociação suplementar pelos Sindicatos.

Consideramos que o pensamento único é impróprio dos Regimes Democráticos e que as convicções fortes da Srª Ministra da Educação contrastam com a falta de consistência de muitas das suas propostas cujas finalidades educativas se confundem com preocupações meramente económicas.

Uma política educativa que circunscreve os problemas da escola de hoje a meras questões de organização e funcionamento,  transformando o acto de gerir e supervisionar na essência da profissão, e transfere para os professores o ónus de tudo o que de mal existe na Educação, não pode merecer a concordância deste Sindicato, por constituir uma visão demasiado redutora das debilidades que afectam o Sistema Educativo. A Srª Ministra não pode olhar para a Escola sem olhar para a Sociedade, nem julgar os professores sem atender ao modelo de formação a que foram sujeitos, aos seus contextos de trabalho, e às políticas que determinaram as reformas, os programas, os currículos, as cargas lectivas e as exigências de avaliação que estiveram subjacentes a todo o processo educativo.

Um Estatuto que promove a divisão dos professores, que fomenta o individualismo e a conflitualidade, que desvaloriza o acto de ensinar e educar, que relativisa o mérito absoluto, que agrava os horários de trabalho pondo em causa a qualidade da educação e do ensino, que não considera direitos fundamentais, contribuindo para a deshumanização da vida em sociedade, não pode ter uma aceitação passiva dos docentes e muito menos a sua aprovação.

A Região Açores, ao assumir a sua autonomia no plano educacional, tem o direito de marcar a diferença, num quadro de unidade e mobilidade nacional, quando reconhecer que as orientações nacionais não são as que melhor servem a Região, facto que poderá contribuir para relançar o debate nacional sobre as questões da Educação e das linhas de rumo traçadas por este Ministério, norteadas por princípios que, afinal, não colhem a unanimidade do pensamento político e muito menos sindical.

A Secretaria Regional da Educação e Ciência, respondendo aos desafios lançados pelo Sindicato dos Professores da Região Açores, apresentou uma Proposta de Estatuto Regional que, nas questões de princípio, salvaguarda aspectos essenciais defendidos pelo movimento sindical nomeadamente:

– a manutenção de uma carreira única, sem a diferenciação entre Professor e Professor Titular;

– a progressão sem constrangimentos administrativos, ou seja, sem quotas;

– a avaliação de desempenho centrada na Escola e baseada no mérito absoluto;

– a gestão democrática das Escolas, fazendo depender o exercício de cargos de um processo eleitoral;

– a mobilidade dos docentes no todo nacional.

Esta Proposta de Estatuto apesar de salvaguardar questões essenciais, respondendo de forma positiva às reivindicações dos Sindicatos, nomeadamente do SPRA e da FENPROF, continua a ser demasiado penalizadora para os docentes sendo, em muitos aspectos, idêntica à proposta nacional. Agrava o tempo de permanência nos escalões e, consequentemente, o número de anos necessários para acesso ao topo; impede os Professores e Educadores com classificação positiva de Regular de progredirem na carreira; aumenta o tempo efectivo de trabalho dos docentes com alunos; transfere funções da componente lectiva para a não lectiva; tenta a eliminação dos quadros de escola; altera os regimes de trabalho nocturno; restringe o direito a faltas; diminui as reduções da componente lectiva por antiguidade e anos de serviço; aumenta, em suma, as dificuldades do exercício da profissão que, pela sua natureza, é muito exigente e desgastante, não podendo nem devendo ser entendida pela tutela como uma função de natureza eminentemente burocrática, de tendência funcionarizante.

Estamos perante uma Proposta de Estatuto Regional, omissa em alguns aspectos dado que se desconhecem as grelhas de evidências que irão orientar o processo de avaliação, e ainda com muitos espinhos, mas estamos confiantes que durante o processo negocial, que se deseja responsável e democrático, possamos, pelo menos, quebrar as pontas daqueles que mais possam ferir a sensibilidade dos docentes, num quadro de valorização e respeito pela profissão e pelo ser humano, porque a procura da excelência não pode conduzir à discriminação e à segregação.

O Presidente do SPRA
Armando Dutra
Ponta Delgada, 7 de Novembro de 2006

Consultório Médico

CONSULTÓRIO MÉDICO

Na sede do SPRA, Área Sindical da Terceira, funciona um consultório Médico,  onde são prestadas 8 consultas semanais extensíveis ao cônjuge e descendentes. Para cada Consulta será cobrado o preço simbólico de 5 €. Pode marcar a consulta pessoalmente ou pelo telefone: 295 215 471

SPRA Informação n.º 43

Janeiro/Fevereiro de 2006

SPRA Informação n.º 44

Abril/Maio de 2006

Professores e educadores exigem respeito e efectiva negociação

Professores e educadores exigem respeito e efectiva negociação
Dia de acção e luta
dos docentes da Região Autónoma dos Açores

O encerramento de dezenas de escolas, milhares de professores em greve e acções com centenas de participantes em diversas ilhas (cerca de 600 em São Miguel) foram a face mais visível do histórico dia de luta e protesto dos docentes face à inqualificável campanha, lançada pelo Ministério de Lurdes Rodrigues, contra os professores e educadores portugueses, injustamente responsabilizados pelas elevadas taxas de insucesso, bem como pelo abandono escolar dos alunos, chegando ao ponto de afirmar que o trabalho das escolas e dos professores não se encontra ao serviço das aprendizagens, como lembra a moção aprovada nos plenários realizados pelo SPRA em 14 de Junho nas cidades de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta.

No plano legislativo, o ME e o Governo têm vindo a impor um conjunto de medidas muito negativas através da aprovação unilateral de diplomas referentes a horários, concursos, progressão na carreira ou condições de aposentação, que, para além de provocarem instabilidade nas escolas, atentam contra direitos essenciais dos docentes?, regista a moção aprovada num dia que ficou marcado também pelo desfile de professores em Ponta Delgada (a caminho do plenário) e pela entrega da referida moção ao Representante da República para a Região (Angra do Heroísmo) e ao Secretário Regional da Educação e Ciência em São Jorge, onde se encontrava para uma reunião do Governo Regional.
Sublinhando que ?o projecto de revisão do Estatuto da Carreira Docente, recentemente apresentado pelo Ministério da Educação, supera as piores expectativas e constitui uma inadmissível provocação aos Professores e Educadores?, a moção aprovada pelos docentes da Região destaca, ?de entre muitas outras que se consideram inaceitáveis?, matérias como ?a intenção de criar categorias hierarquizadas; a tentativa de impedir, administrativamente, o acesso ao topo da carreira a mais de dois terços dos docentes; a criação de quotas de avaliação; a atribuição de ainda mais tarefas e horas de trabalho lectivo e não lectivo; o agravamento da precariedade dos professores contratados; a introdução de diversos factores de instabilidade profissional e de emprego aos que se encontram nos quadros; a avaliação dos professores pelos resultados escolares dos alunos e pelas taxas de abandono escolar, sujeitando-os, ainda, à avaliação anual dos encarregados de educação; o limite a 3% do número máximo de faltas/ano, como condição para a atribuição de Bom, ainda que por motivo de doença ou outro de força maior?.
Neste contexto, observa a tomada de posição sindical, os professores e educadores presentes nos plenários de 14 de Junho de 2006, manifestam o mais vivo repúdio pelo fortíssimo ataque de que têm sido alvo, rejeitam e denunciam o descrédito público que o Governo vem lançando sobre o exercício da profissão docente?.

Um ECD que valorize
o trabalho docente

A ?contagem integral do seu tempo de serviço para efeitos de carreira, bem como um regime de aposentação que tenha em conta o elevado desgaste físico e psicológico que é provocado pelo exercício continuado da docência?, é uma das exigências em foco na moção.
Os docentes da RAA exigem também ?um Estatuto da Carreira que promova a estabilidade de emprego e profissional dos docentes, que dignifique e valorize material e socialmente os professores e educadores e que aprofunde os direitos já hoje consagrados, designadamente através da regulamentação de matérias que nunca chegaram a ser regulamentadas? e ?o respeito pelas regras democráticas de diálogo e negociação com as organizações sindicais e pelas normas consagradas na respectiva Convenção da OIT, que têm sido profundamente desrespeitadas apesar de subscritas pelo Estado Português?.
O País necessita de ?uma equipa ministerial que respeite os docentes, que os mobilize para a enorme missão que têm de enfrentar e que colabore com eles na construção de uma escola democrática e de sucesso para todos?, acrescenta o documento.
Por fim, os professores e educadores presentes nos plenários declaram-se disponíveis para continuar a lutar caso o ME insista em impor as suas propostas de destruição da carreira docente e do sistema educativo.

Junho 2006

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