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Greve nacional de professores e educadores

EXIGIMOS RESPEITO PELOS EDUCADORES E PROFESSORES, PELA PROFISSIONALIDADE DOCENTE  E PELAS SUAS ESTRUTURAS REPRESENTATIVAS

Na linha da frente da acção sindical está a defesa da dignidade pessoal e profissional dos docentes, de uma Escola Pública de qualidade, inclusiva, para todos e da democratização qualitativa da Educação e do Ensino.
De forma inacreditável, o Ministério e a Secretaria da Educação não olham a meios para atingir fins, utilizando um discurso de desvalorização da imagem social dos professores, pondo em causa a sua dignidade e a sua profissionalidade, dizendo que ganham muito, trabalham pouco, faltam demais, que têm imensas férias, que são uns privilegiados, que a sua falta de dedicação e competência é responsável pelos altos níveis de insucesso e abandono escolares, etc, etc.
Estrategicamente tentam a inoperacionalidade dos Sindicatos, procurando calar a sua voz, neutralizar a sua acção e destruir as suas estruturas, numa atitude contrária à Constituição da República Portuguesa, que defende o aprofundamento da democracia participativa, atitude só compreensível no quadro de uma ofensiva, sem precedentes, aos direitos dos educadores e professores, procurando eliminar toda e qualquer capacidade de reacção dos docentes, através da aniquilação  das suas estruturas representativas.
Este ataque injusto e culpabilizador dos docentes, associado a uma atitude prepotente, anti-negocial, anti-democrática e usurpadora de direitos, vai merecer uma resposta firme e determinada de contestação a esta política da Ministra e do Secretário da Educação, através de uma grandiosa greve que se realizará no próximo dia 18 e que mereceu a convergência de esforços dos Sindicatos filiados na Internacional de Educação, nomeadamente da FENPROF.
Vamos todos mostrar um cartão amarelo ao Governo, de modo particular aos titulares da  pasta da Educação, fazendo com que sintam o nosso descontentamento, a nossa indignação e a nossa revolta, lembrando que foi a classe trabalhadora que os colocou no poder.
No dia 18, vamos, mais uma vez, dizer NÃO a esta política despudorada de ataque à classe docente, da qual muito depende o futuro de Portugal.

O que eles não dizem…

 
 

O que eles não dizem…

 

A semana que passou, marcada pela vigília dos professores, pela entrega na 5 de Outubro de um documento com 65.000 assinaturas, de repúdio pelas propostas do Ministério da Educação, e pela greve dos estudantes, não foi, tão-só, “mais uma jornada de luta”, que se somou à manifestação e à greve precedentes. A semana que passou patenteou, sobretudo, que o descontentamento e a agitação social se apossaram das escolas e começam a ser insustentáveis, face ao prejuízo imenso que repercutem no ensino e na educação dos alunos.

O país tem hoje dois problemas de monta. Um é substancial e de natureza económica e financeira: na educação, na saúde, na segurança social, na reforma do Estado, tudo se reduz a cortar, subtrair, nivelar por baixo. O outro é existencialista e de natureza patológica: na mente de alguns aninhou-se a missão de salvar a Pátria, albergou-se a verdade única e a convicção de que, em nome da “esquerda moderna”, vale tudo.

Os que, como eu, pensam que a solução da crise económica é incompatível com uma política fundamentalista de anulação, em anos, de um défice que se engordou em décadas, admitem, com tolerância, que as regras europeias (com que não concordam) e a competitividade feroz do mercado global (que não apreciam) imponham modificações dolorosas para sanear as contas públicas. Mas não admitem que a factura seja paga apenas pelo trabalho e isente o capital; que as modificações sejam impostas e não negociadas; que a manipulação sem pudor dos números seja usada para fomentar a inveja e o ódio contra classes profissionais honestas; que a débil informação da generalidade dos portugueses seja demagogicamente aproveitada para lhes “comer as migas na cabeça”. O que se segue fundamenta o que acabo de escrever. Os visados que desmintam, se forem capazes.

1. Nos últimos tempos disse-se, citando a OCDE e para os denegrir, que os professores portugueses eram dos mais bem pagos da Europa. O que permitiu a notícia, glosada até à náusea, foi um gráfico que se refere apenas aos professores do secundário com 15 anos de serviço, em função do PIB por habitante, que é dos mais baixos da Europa. Na mesma página, logo por cima do gráfico utilizado, está outro, bem mais relevante, que ordena os professores em função do valor absoluto do salário. E nesse, num total de 31 países estudados, os professores portugueses ocupam a 20.ª posição! Mas não se disse que um estudo encomendado pelo Ministério das Finanças a uma consultora internacional (é moda agora adjudicar a consultoras externas e pagar-lhes a peso de ouro aquilo que os técnicos dos serviços sabem fazer) concluiu, e por isso foi silenciado, que os funcionários públicos ganham, em média, muito menos do que ganhariam se fizessem o mesmo trabalho para um patrão privado. E estamos a falar de diferenças que são, diz o estudo, de 30, 50, 70 ou mais que 100 por cento, em desfavor do funcionalismo público. Isto não se disse! As cerca de 300 páginas deste estudo estão, prudentemente, silenciadas na gaveta de Teixeira dos Santos.

2. Igualmente silenciados, porque não convém que se diga, estão os dados do Eurostat que mostram a inutilidade das medidas da ministra da Educação para a área: o abandono escolar precoce passou dos 38,6 por cento do ano passado para os 40 por cento deste ano, enquanto diminuiu por toda a Europa.

3. José Sócrates disse no Parlamento, qual justiceiro-mor que não ataca só os que pouco podem, que determinaria a inspecção obrigatória das empresas que declarassem prejuízos superiores a um milhão de euros, relativos a operações de reestruturação societária. Mas não disse… que isso já está na lei vigente e não passa, pois, de mero fogacho. Na mesma altura, disse ainda ir propor legislação destinada a obrigar os bancos a explicarem que manobras de planeamento fiscal estão a preparar. Mas não disse…, mais uma vez, que não estava a descobrir a pólvora, porque a lei actual já permite obstar a manobras que se destinem à simples obtenção de vantagens fiscais, assim tenha coragem de a aplicar. E, mais importante, não disse o óbvio, isto é, quando vai fazer legislação sem buracos e quando cumprirá a reforma do sigilo bancário que, segundo prometeu, já devia estar feita.

Digo eu que estes expedientes cansam! “

Santana Castilho, in jornal Público, 20/11/2006

 

ECD APROVADO PELO GOVERNO PODERÁ CONTER NORMAS CONTRÁRIAS AO QUE M.E. ASSUMIRA NO PROCESSO DE REVISÃO

ECD APROVADO PELO GOVERNO

PODERÁ CONTER NORMAS CONTRÁRIAS

AO QUE M.E. ASSUMIRA NO PROCESSO DE REVISÃO

 

A versão final de ECD aprovada em Conselho de Ministros na quinta-feira, dia 23 de Novembro, só foi enviada às organizações sindicais, pelo M.E., às 21.30 horas da véspera.

Por esta razão, entre um momento e outro, não foi possível verificar se o conteúdo dessa versão correspondia ao que tinha sido negociado e assumido nas reuniões de negociação suplementar, realizadas em 16 e 20 de Novembro. Agora, lida esta última versão, a FENPROF já detectou dois compromissos que foram desrespeitados, daí decorrendo graves prejuízos para muitos milhares de docentes.

1.     CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO NA ACTUAL CARREIRA

Nas versões de 15 e 19 de Novembro, o ME incluía um ponto 16, no artigo 10º do regime transitório, pelo qual se reconhecia que todo o tempo prestado em qualquer escalão da actual carreira seria contabilizado para efeitos de progressão e acesso na nova estrutura de carreira.

Na versão final, a que terá sido remetida para Conselho de Ministros, esse ponto foi transferido para o artigo 11º (ponto 5), o que significa que apenas se aplica aos docentes que se encontrem nos 8º e 9º escalões. Estamos perante uma situação de evidente desigualdade entre professores e uma profunda injustiça que levará a que sejam ainda maiores as perdas de tempo de serviço.

2.     ACESSO DOS DOCENTES DO 10º ESCALÃO À CATEGORIA DE TITULAR

O Ministério da Educação assumiu, na negociação suplementar, que o facto de os docentes do 10º escalão poderem aceder a titulares, sem se sujeitarem à existência de vagas, em nada teria influência na dotação de 1/3 a estabelecer para essa categoria. Ou seja, seriam lugares fora dessa dotação.

Afinal, o ponto 3 do artigo15º do regime transitório, refere precisamente o contrário, ao deixar explícito que o provimento destes docentes (do 10º escalão) se faz ?em lugar da categoria de professor, automaticamente convertido em lugar da dotação de professor titular, a extinguir quando vagar?. Ora, a dotação da categoria de titular é de 1/3, conforme estabelece o ponto 3 do artigo 26º, o que significa que, em inúmeras escolas, essa dotação ficará preenchida, ou próxima disso, com os docentes do 10º escalão, o que contraria as palavras dos responsáveis do ME nas ?negociações?.

Face a estas profundas diferenças entre o que foi garantido em negociação e o que consagra a versão final de ECD, a FENPROF apresentará, ainda hoje, um veemente protesto junto do ME, solicitará os devidos esclarecimentos sobre as razões destas diferenças e exigirá que sejam tomadas as medidas indispensáveis à sua correcção.

A FENPROF admite não estar perante uma situação de má-fé dos responsáveis ministeriais, podendo, as diferenças detectadas, decorrer, apenas, da incompetência técnica do legislador. Seja como for, é necessário alterar estas normas antes da publicação em Diário da República, sob pena de, independentemente da causa, a consequência ser gravíssima e desrespeitadora dos compromissos assumidos pelo ME.

                                                                                      O Secretariado Nacional

Projecto “Viver os Direitos Humanos”

Projecto “Viver os Direitos Humanos”
O Projecto “Viver os direitos humanos”, a realizar no ano lectivo em curso, é uma parceria entre a DGIDC e a Secção Portuguesa da Amnistia Internacional (AI), que pretende envolver escolas do ensino básico e secundário que tenham Clubes, Núcleos ou Oficinas a trabalhar na área dos direitos humanos e da cidadania.

As escolas podem inscrever-se mediante a validação de utilizador (código GIASE) e respectiva palavra-chave.

Pedagogia 2007

Pedagogia 2007 em Havana

de 29 de Janeiro a 2 de Fevereiro

Educação ambiental para um desenvolvimento sustentado; promoção e educação para a saúde em meio escolar; investigação na área das ciências da educação; alfabetização e educação de jovens e adultos; formação inicial e contínua do pessoal docente; educação física, desporto e desenvolvimento social; ensino superior – estes são apenas alguns dos temas centrais do Congresso Pedagogia 2007, a realizar na capital cubana de 29 de Janeiro a 2 de Fevereiro próximos.

Já na sua 10ª edição, o Pedagogia reunirá milhares de educadores e professores de todo o Mundo, com presença acentuada de delegados da América Latina e Caribe, num dinâmico espaço de debate e de troca de experiências, com valiosos contributos para o desenvolvimento de uma educação de qualidade para todos, apontada à construção de um futuro de progresso.

O Congresso é organizado pelo Ministério da Educação de Cuba, com a colaboração de numerosas entidades internacionais, como a UNESCO, a UNICEF, a Organização dos Estados Ibero-Americanos, a Associação de Televisão Ibero-Americana e o Conselho de Educação de Adultos da América Latina.

O programa científico do Pedagogia 2007 inclui um diversificado conjunto de propostas, contemplando, entre outras actividades, conferências temáticas especiais, simpósios e fóruns de debate. A dinamização estará a cargo de especialistas e investigadores de reconhecido mérito internacional.
O programa inclui ainda a realização de cursos (antes e durante o evento) e visitas a instituições de ensino, científicas e culturais da capital.

Nos custos da inscrição e no momento da acreditação para o Congresso, está incluída uma visita a um daqueles centros. Está igualmente prevista uma exposição permanente no Palácio das Convenções, uma gala cultural (31 de Janeiro) e uma sessão de encerramento no dia 2 de Fevereiro.

A anterior edição do Pedagogia, realizada em 2005, reuniu em Havana 5395 participantes. / JPO

 

Os educadores, professores e investigadores portugueses interessados em participar no Pedagogia 2007 devem contactar com a maior brevidade possível Elisabeth Rodriguez: Best Cuba, CBN Viagens e Turismo, Lda, CC Olivais Shopping, Loja 104, Rua Cidade de Bolama, Lote 23, 1800-079 Lisboa, telef.-  218 550 884 , fax –  218550888; telem.- 963902726; e-mail: olivais.elizabeth@besttravel.pt

PROGRAMA TURÍSTICO

Hotel                                                               Duplo                                    Single

Nacional *****                                                  1.315                                      1.495

Melía Cohíba *****                                          1.335                                      1.630

Melía Habana *****                                         1.230                                      1.465

Habana Libre *****                                         1.230                                      1.465

Plaza ****                                                          1.130                                      1.280

Inglaterra ****                                                  1.130                                      1.280

Riviera ****                                                       1.120                                      1.260

Occidental Miramar ****                                 1.130                                      1.285

Chateau Miramar ****                                     1.150                                      1.270

Panorama ****                                                  1.150                                      1.285

Comodoro ****                                                 1.095                                      1.195

Vedado ***                                                         1.025                                      1.095

St. Johns ***                                                     1.025                                      1.095

Neptuno/Triton ****                                          1.045                                      1.125

Lincoln ***                                                            995                                       1.065

Kholy/Bosque ***                                                995                                       1.095

O preço inclui:

  • Voo regular Lis-Mad-Hav-Mad-Lis (ou Porto)
  • Transferde chegada para o hotel
  • 7 noites de alojamento com pequeno-almoço em hotel seleccionado
  • Transporte diário hotel/Palácio das Convenções/hotel
  • Transferde saída para o aeroporto
  • Assistência
  • Seguro de Viagem 

O preço não inclui:

  • Taxas de aeroporto e combustível (+/- 147)
  • Visto de Cuba (35)
  • Taxa de Cuba (25 C.U.C)
  • Inscrição no evento

FAZENDO O PAGAMENTO DO SINAL (EQUIVALENTE A 30% DA TOTALIDADE DA VIAGEM) ANTES DE 27 DE NOVEMBRO CONTARÁ COM UM DESCONTO DE 75  EUROS POR PESSOA.

 

PROGRAMA GERAL

Cursos pré-evento
29 de Janeiro

Cursos paralelos ao evento
30 de Janeiro ao 1 de Fevereiro

Abertura
29 de Janeiro

Conferências especiais
30 de Janeiro ao 2 de Fevereiro

Simpósios e foros
30 de Janeiro ao 2 de Fevereiro
Incluem: teleconferências, conferências temáticas, mesas-redondas
painéis, oficinas, apresentação de posters

Visitas a centros educacionais
30 de Janeiro ao 1 de Fevereiro

Exposição permanente
30 de Janeiro a 2 de Fevereiro

Projecção de vídeos e documentários
30 de Janeiro ao 2 de Fevereiro

Gala cultural
31 de Janeiro

Sessão de encerramento
2 de Fevereiro

Idioma oficial
Espanhol

QUOTAS DE INSCRIÇÃO NO CONGRESSO  

·         Delegado          150.00 CUC

·         Acompanhante   80.00 CUC

Inclui:
Delegado: credencial, participação nas sessões científicas do evento, cerimónias de abertura e encerramento, gala cultural, uma visita a um centro educacional, certificado de assistência, pasta com documentação (programa científico, CD-ROM, outros materiais), certificado de assistência e certificado de autor ou co-autor por cada trabalho apresentado.
Acompanhante: credencial, participação nas cerimónias de abertura e encerramento, gala cultural e visita a um centro educacional.


CURSOS

A quota de inscrição para cada curso será de 20.00 CUC. Inclui material do curso e certificado de participação (8 horas).

FORMAS DE PAGAMENTO

A quota de inscrição pode pagar-se já em Havana, no Palácio de Convenções, a partir das 9 horas de domingo, dia 28 de Janeiro (até às 16h30), ou na manhã de 29; nesse momento poderá seleccionar e inscrever-se num dos cursos organizados.
Em Cuba, a moeda oficial, Peso Conversível Cubano (CUC), pode adquirir-se logo na chegada a Cuba no Aeroporto Internacional “José Martí”, também nos hotéis, bancos e casas de câmbio (CADECAS), a partir as seguintes moedas: euro, dólar canadense, dólar americano, libra esterlina, franco suíço e yen, de acordo com a mudança internacional do dia respeito ao dólar norte-americano. Aceitam-se os cartões de crédito VISA, MasterCard, EUROCARD, CABAL, sempre que a casa matriz não seja norte-americana.

NORMAS DE APRESENTAÇÃO DOS RESUMOS, TRABALHOS E POSTERS

O Comité Científico reserva-se o direito de aceitar ou não os trabalhos apresentados, de acordo com a avaliação que se faça dos mesmos. A aceitação ou rejeição do trabalho será divulgada oportunamente aos autores, mediante carta assinada pela Presidente do Comité Científico.
Para que possa ser considerada a inclusão do trabalho no evento, pelo menos um dos autores deverá estar acreditado.
Os resumos e os trabalhos devem ser apresentados em suporte informático, como documento Microsoft Word (97, 2000 oh XP), página A4 e fonte Arial 12, em espanhol.

Data final de entrega dos resumos: 29 de Dezembro de 2006.

ECD – Ponto de Situação Negocial

ECD – Ponto de Situação Negocial

em 20 de Novembro de 2006

 

 

Depois das reuniões realizadas, com o ME, nos dias 16 e 20 de Novembro, que corresponderam à designada fase de negociação suplementar, urge fazer um ponto de situação neste final da segunda fase de revisão do ECD.

Documentos

Última versão: datada de 19/11/2006, que resulta da reunião de dia 16.

(Editado -> Versão Final – Documento entregue pelo ME (22/11/2006)  )

Ponto de situação

As razões do profundo desacordo

Mantêm-se os desacordos de fundo, designadamente o “exame” de ingresso, as duas categorias hierarquizadas, a imposição de vagas para acesso aos escalões de topo, as quotas para atribuição de Excelente e Muito Bom, a grave penalização dos docentes avaliados com Regular (perda de tempo de serviço), o aumento efectivo do horário de trabalho, a eliminação dos quadros de escola, a discriminação dos bacharéis em diversas situações de carreira, a aplicação muito restritiva dos regimes de faltas, férias e dispensas da Administração Pública ou a aprovação de um regime transitório que continua a prejudicar e a discriminar muitos docentes. Acrescem a estas questões outras também de sentido e efeito muito negativo, tais como a supressão do direito à negociação colectiva, a eliminação das interrupções de actividade docente, o carácter extremamente burocratizado, desadequado e punitivo da avaliação do desempenho.

Estas razões são mais do que suficientes para a FENPROF rejeitar este ECD, manifestar o seu mais profundo desacordo e manter a sua disponibilidade para lutar contra ele. Uma luta que é inevitável perante um ECD que representa a negação da própria natureza da profissão docente e que introduzirá novos focos de instabilidade nas escolas, ameaçando criar uma realidade que pode fazer mergulhar o sistema educativo numa gravíssima crise, tornando muito mais difícil alcançar os objectivos pelos quais nos temos vindo a bater há longos anos, consubstanciados numa Escola Pública de qualidade que contribua para o aumento do sucesso escolar e a erradicação do abandono precoce (in comunicado de 20/11/2006, da FENPROF).

A reunião do dia 16/11/2006

Na reunião do dia 16/11, coincidente com a Vigília, o ME, claramente incomodado, surgiu com uma atitude um pouco diferente do que acontecera anteriormente: mais disponível para apreciar propostas que fizéramos em outras reuniões e criando expectativas em relação a diversos aspectos debatidos nesse dia. Muitas delas, contudo, acabariam por ser frustradas no documento datado de 19 e que resultava daquela reunião.

A reunião de dia 20/11/2006

Esta reunião foi quase o retomar da atitude fechada e inflexível do ME. Concretizou um ou outro dos compromissos da reunião anterior, mas, tendo em conta as expectativas geradas, ficou muito aquém do esperado. [Para mais informação, ver comunicado de imprensa.]

Curioso, também, foi o facto de, nas diversas reuniões, ao longo do dia, ter admitido algumas alterações que, no entanto, se aguardam para ver.

O que foi alterado nas duas últimas reuniões com o ME – constando nas versões de 15 e de 19/11/2006 – ou que aguardam eventual consideração em nova versão, que se aguarda

– Aplicação do ECD aos docentes integrados no Quadro Único do ME;

– Alteração de intervalos de classificação correspondentes às menções de Regular (menos 0.5 valor) e Bom (mais 0.5 valor);

– Possibilidade de, tal como passou a acontecer com a progressão ao 6º escalão, também a progressão aos “índices de consolação” (“escalões” 8,5 e 9,5) não exigir Excelente ou Muito Bom – a confirmar, com disponibilidade a ser comunicada na reunião com a FNE (4ª mesa negocial);

– Consagração das situações de doença e acompanhamento de filhos menores como equiparadas, para todos os efeitos, a serviço efectivo;

– Esclarecimento, no artigo 40º, n.º 6, sobre a situação de equiparação a serviço docente efectivo que não depende, apenas, da existência de um estatuto, mas também, da existência de outros enquadramentos normativos;

– Supressão da exigência de garantia de substituição para que possa ser autorizada uma falta. Fica, apenas, no ECD, o que só depende do docente: a apresentação do plano de aula;

– Possibilidade de faltar durante 10 horas/ano, à componente não lectiva, para frequência de acções de formação;

– Garantia de continuarem a poder ser dadas faltas por tempos até ao limite de 4 dias e não de 3 como antes propunham;

– Supressão de todos os requisitos de carácter retroactivo para efeitos de apresentação ao primeiro concurso de acesso. Ficou apenas a situação de doença, com redução total ou parcial ao abrigo do disposto no artigo 81º do ECD, mas sem aplicação retroactiva;

– Possibilidade de todos os docentes do 10º escalão acederem a titulares sem constrangimento imposto por vagas, dependendo, apenas de concurso, que constará de uma análise curricular;

– A dotação de vagas para a categoria de titular deixará de ser “até 1/3” para ser precisamente “1/3” – a confirmar, com disponibilidade a ser comunicada na reunião com a FENPROF (2ª mesa negocial);

– Simplificação do artigo relativo às faltas equiparadas a serviço lectivo efectivo. Ao não serem apenas identificadas algumas, não restarão dúvidas sobre as omissas. É necessário, agora, que trabalhemos no sentido de termos uma lista completa e actualizada de todas estas faltas;

– Consideração das licenciaturas obtidas em cursos de complemento de formação que tenham começado no início de 2006/2007. Comprometeram-se a considerar os que venham a terminar até 31/08/2008 – a confirmar, com disponibilidade a ser comunicada na reunião com a FENPROF (2ª mesa negocial);

– Possibilidade de serem considerados os cursos de Mestrado e Doutoramento que venham a ser concluídos até 31/08/2007 – a confirmar, com disponibilidade a ser comunicada na reunião com a 3ª mesa negocial;

– Consideração, ainda que ténue, dos Mestrados e Doutoramentos na categoria de titular, com os efeitos a repercutirem-se na progressão (bonificação de 1 e 2 anos, respectivamente);

– Redução máxima de componente lectiva manter-se-á nas 8 horas, mas só obtida aos 60 anos, passando, directamente, das 4 para as 8;

– Salvaguarda das reduções de componente lectiva de que já beneficiem os professores;

– Flexibilização do ano em que os professores e educadores em monodocência poderão usufruir de dispensa total de componente lectiva e redução para 25 do número máximo de horas de permanência na escola;

– No artigo 10º do regime de transição, os bacharéis que iniciaram a carreira no 1º escalão deverão passar a constar no ponto 4, onde estão os licenciados, e não no 5 onde estão os bacharéis de nível 1 – a confirmar, com disponibilidade a ser comunicada na reunião com a FENPROF (2ª mesa negocial);

– Consideração, para efeitos de transição para a nova carreira, das situações de mudança que deveriam ter ocorrido nos 60 dias subsequentes ao primeiro congelamento, que data de 29/08/2006;

– Criação de um Conselho Científico para a Avaliação de Professores.

O que, nestes aspectos que não são os essenciais, mas são importantes, ainda ficou de fora, tendo a FENPROF proposto e discutido a sua consideração (em alguns casos, chama-se a atenção, entrando na lógica de carreira do ME, não para a defender, mas para a atenuar ou, em alguns casos, “esburacar”)

– Aplicação aos docentes dos 8º e 9º escalões das mesmas regras que se prevêem para os do 10º escalão, ficando o “1/3” para docentes do 7º escalão que, de outra forma, verão fechadas para (quase) sempre as portas dos escalões de topo;

– Periodicidade de 3 anos para a avaliação do desempenho;

– O “Regular” não deverá provocar perdas de tempo de serviço na permanência nos escalões. Quem tiver, em toda a sua vida profissional um “Regular”, por exemplo, de 6 valores, terá a mesma penalização dos que tiverem um Insuficiente, por exemplo, de 1 ou 2 valores (dois anos de perda);

– Eliminação de itens de avaliação como as taxas de sucesso ou abandono escolar, bem como a apreciação pelos pais;

– Observação de aulas, para efeito de avaliação, deverá ter, apenas, um carácter excepcional, até por razões de exequibilidade;

– Manutenção do regime de destacamentos, ainda que se fixem limites, assentes em critérios objectivos, para as associações exclusivamente profissionais de docentes;

– Manutenção dos horários de 20 horas para o Ensino Secundário e a Educação Especial. Parecia ter havido alguma abertura na reunião anterior, mas afinal.

– Regime de reduções diferente: 1ª aos 45 anos, 2ª aos 50, 3ª aos 55 e 4ª aos 60. Como alternativa (posição de recuo máximo) aceitação da proposta do ME com actualização de 27 (do actual ECD) para 30 anos de serviço, sem exigência de idade, do requisito para usufruir da redução de 8 horas;

– Considerar como funções lectivas as que o são de facto. Por exemplo, o apoio a alunos ou o seu acompanhamento (alíneas l) e m) do ponto 3, do artigo 82º);

– Reconhecimento da existência de interrupções de actividade docente, nos períodos de Natal, Carnaval, Páscoa e Verão, nos termos actualmente previstos no ECD;

– Garantia de um regime de excepção para casos comprovadamente impossíveis de satisfazer (razões alheias à vontade do próprio) ou alargamento do âmbito das acções a considerar para efeito dos 2/3 que se exigem aos docentes, no âmbito da sua formação contínua, como relevantes para a carreira;

– Possibilidade de os bacharéis poderem aceder a titulares já no primeiro concurso, até porque muitos já se encontram no topo da sua actual carreira;

– Alargamento do regime de excepção, admitido para os que progrediriam nos 60 dias subsequentes ao congelamento, a todos os que deveriam ter progredido no 1º período lectivo de 2005/2006. Consideração, também, dos que se aposentarão e, embora mudando naquele espaço de 60 dias, já não poderão beneficiar do reposicionamento, agora em 2008.

Inaceitável! Desacordo profundo!

É, pois, fácil de concluir que este ECD é completamente inaceitável. É verdade que houve alguns avanços e correcções, fruto de muita pressão e muita luta dos professores, facto que deveremos referir e relevar. Mas não é menos verdade que os aspectos negativos são esmagadores, não só por ser este último conjunto de questões, que se referem, como, principalmente, pelas questões de fundo, essenciais, de princípio, que se destacam no início.

Continuar a lutar

Face ao desacordo, há que continuar a trabalhar nos planos institucional e jurídico-constitucional, onde existem, ainda, margens relevantes de intervenção.

Há que preparar bem o trabalho de regulamentação. Também aí existem margens de intervenção importantes que poderão atenuar alguns aspectos. E não esqueçamos que as matérias por regulamentar são muito importantes: a contratação (já em curso), a avaliação do desempenho, o acesso aos escalões de topo (categoria), a mobilidade especial, o exame de ingresso, entre outros.

Estatuto da carreira avança e dá prioridade à avaliação de professores

 
 
Estatuto da carreira avança e dá
prioridade à avaliação de professores
Está pronto e avança de imediato: o novo Estatuto da Carreira Docente (ECD) é hoje aprovado em Conselho de Ministros. Cumpridos os prazos legais de negociação com os sindicatos, o Ministério da Educação impõe o documento mais contestado de sempre pelos professores. E dá prioridade à avaliação, criando, por despacho, o Conselho Científico para Avaliação dos Professores.

“Queremos avançar com todos os procedimentos necessários para que, dentro de dois meses, quando o ECD entrar em vigor, o conselho possa começar a funcionar”, afirmou ao DN Ramos André, adjunto da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.

Este “órgão de monitorização do novo regime de avaliação do pessoal docente em todos os níveis de ensino”, vai “contribuir para o estabelecimento de padrões de exigência” e será presidido pela actual inspectora-geral da Educação, Conceição Castro Ramos. Segundo Ramos André, “para que seja visto como uma instância com estabilidade, está consagrado no novo ECD”.

A ministra já tinha avisado, a 1 de Novembro, e antes do início da negociação suplementar com os sindicatos – a que era obrigada por lei -, que o texto estava pronto para ir a Conselho de Ministros. À oitava versão do estatuto, o secretário de Estado da Educação Jorge Pedreira anunciou que não haveria mais negociação. Três dias depois da última reunião com as 14 organizações sindicais que constituem a plataforma negocial do estatuto, o novo documento vai a Conselho de Ministros para ser debatido e aprovado.

“Não conhecemos mais do que a oitava versão do documento e parece-nos que as organizações sindicais deveriam ter recebido o texto final, porque ficámos sem saber qual é o que vai ser aprovado”, afirma João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação.

Também para Carlos Chagas, do Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (Sindep), “é sinal do tratamento de menoridade que a tutela tem dado aos docentes”. Mais: “É um factor que pode configurar alguma ilegalidade.” É que “quando foi elaborada a última versão, a 20 de Novembro, disseram-nos que esta poderia não ser a final, que haveria ainda algumas alterações”, diz.

Para Carlos Chagas, o novo documento “diminui o estatuto social e económico dos professores”. Por isso, será contestado: “Vamos pedir a intervenção dos grupos parlamentares e do Presidente da República.”

 
Até já estava agendada para hoje uma reunião da plataforma – com vista a decidir formas de luta -, mas ganha novo fôlego com a aprovação do documento. “Sabemos que a luta dos professores conseguiu alterar alguns aspectos negativos, mas os pilares do ECD mantiveram-se”, diz Paulo Sucena, da Federação Nacional de Professores. “É por isto que os docentes se referem ao novo ECD como o estatuto do ministério e não dos professores.”
 
DN, 23/11/2006

Estatuto imposto pelo ME

Estatuto imposto pelo ME em Conselho de Ministros

O novo Estatuto da Carreira Docente (ECD) vai hoje (23/11/2006) ser votado em Conselho de Ministros. Simultaneamente, a ministra da Educação procede à nomeação de Maria Castro Ramos para presidir ao novo Conselho Científico para Avaliação de Professores. De uma assentada, o Governo acelera todo o processo do ECD que pretende ver no terreno em 2007.

Maria Castro Ramos era a inspectora-geral de Educação, sendo doutorada em Ciências da Educação e com um vasto currículo a nível nacional e internacional. Segundo fonte oficial do Gabinete de Maria de Lurdes Rodrigues, “a nomeação imediata, por despacho da ministra e em regime de comissão instaladora, prende-se com a intenção de ter completamente operacional a nova estrutura assim que estiver publicado oficialmente o ECD”.

O JN pôde confirmar, junto de fonte oficial do Ministério da Educação (ME), que a quota para titulares será de exactamente 1/3 por escola ou agrupamentos de escolas. Alguns sindicatos receavam que o ME pretendesse usar um artifício de linguagem para aplicar com flexibilidade a quantidade de vagas para a categoria mais elevada dos docentes.

JN, 23/11/2006

Representatividade Sindical nos Açores

 
SREC mede a representatividade
 
sindical dos docentes nos Açores

 

O Sindicato dos professores da Região Açores – SPRA

constitui a maior organização sindical de Educadores e Professores nos Açores.

Tendo por base os dados, da Secretaria Regional da Educação e Ciência, resultantes do levantamento efectuado em todas as escolas públicas da Região, no ano de 2006, o SPRA representa 64.4% do total de docentes sindicalizados, o SDPA 26%, o SNPL 4.1% e os restantes sindicatos 5.5%, sendo 3% destes pertencentes a Sindicatos do Continente que, tal como o SPRA, integram a FENPROF.

 

 

A medição da representatividade é essencial para que se garanta a democracia representativa.

As decisões políticas, sobretudo as que resultam de processos negociais, não podem deixar de considerar o “peso” das organizações, nem deixar de respeitar a proporcionalidade na atribuição dos seus direitos, especificamente em matéria de créditos sindicais, que continuam a ser injustamente repartidos pela SREC ao favorecer os Sindicatos menos representativos.

 

Nota: Não foram considerados nestes resultados, pela SREC, os docentes do Ensino Particular e Cooperativo, do Ensino Profissional Privado, os que efectuam descontos directamente nos Sindicatos e os que se encontram na situação de aposentados.

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