Quarta-feira, Novembro 5, 2025
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100 000 em defesa da dignidade profissional docente

 

 

 

 

 

 

 

Ultrapassando todas as expectativas, 100 000 docentes (leu bem: cem mil – número confirmado às 17h25)  desfilaram neste sábado, 8 de Março, no coração de Lisboa, reafirmando, num ambiente impressionante de unidade e firmeza, que “assim não se pode ser professor” e que “a escola pública não aguenta esta política”. Mesmo que os governantes, a começar pela Ministra da Educação e pelo Primeiro Ministro tenham hibernado neste 8 de Março, ouviram certamente o protesto gigantesco dos educadores e professores portugueses, presentes nesta Marcha da Indignação, a maior manifestação de sempre do sector da Educação. Um oceano de revolta inundou o Terreiro do Paço: é tempo de respeitar os professores e de pôr fim a uma política que os desrespeita e desconsidera. / JPO

Alteração ao calendário escolar

 

 

Secretário Regional da Educação e Ciência, em sede de reunião da Comissão de Ensino Público dos Açores, propõe aumento de 4 dias na interrupção das actividades lectivas da Páscoa e redução do calendário escolar de 180 para 176 dias, aproximando-se assim dos calendários escolares do Continente e Região Autónoma da Madeira

Os Conselhos Executivos das escolas de S. Miguel questionaram sobre as acções de formação previstas para o referido período e o tutelar da pasta da educação remete a resolução do problema para análise posterior.

O SPRA, desde sempre considerou que o calendário escolar deveria ser igual ao do Continente e que a teimosia da SREC em manter os 180 dias de efectiva leccionação em nada traz de benéfico ao sistema educativo.

O SPRA sempre afirmou que, nos 180 dias lectivos, se deveriam contabilizar as reuniões de avaliações de final de período. As reuniões de avaliação são parte integrante do ano lectivo e é considerado o período mais importante de todo o processo de ensino aprendizagem. O SREC ao excluir do referido período, os momentos de avaliação está a desvalorizar o culminar de todo um processo que se pretende rigoroso, calmo e reflexivo.

Esperamos que a decisão deste ano lectivo se perpetue para os anos seguintes, tal como o SPRA tem sistematicamente vindo a defender.

Professores dão exemplo de cidadania

 
clique aqui para visualizar as fotografias de dia 8 de Março.
clique aqui para visualizar as fotografias de dia 6 de Março.

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

 

REGIME ESPECIAL DE REPOSICIONAMENTO SALARIAL

DOCENTES CONTRATADOS

A DRE, através da Circular nº C-DRE/2008/5 de 2008-02-28, deu instruções às escolas no sentido de o documento de reflexão crítica – relatório – se reportar aos anos lectivos completos anteriores a 30 de Agosto de 2005, o que, em nosso entender, contraria o disposto no ponto 3, do artº 9º, do DLR nº 21/2007/A, bem como o que havia sido acordado com o SPRA durante o processo negocial, ou seja, que a avaliação do desempenho, nestas situações, dever-se-ia reportar apenas ao ano escolar em que tal transição se verifique, isto é, 2007/2008.

Para que nenhum docente se sinta prejudicado, face às diferentes interpretações suscitadas por uma eventual ambiguidade de redacção do disposto no Estatuto, o SPRA propõe ao SREC que seja permitido aos docentes fazerem o seu relatório sobre o período temporal mais conveniente, conforme ofício anexo, onde o SPRA toma igualmente posição sobre a avaliação dos docentes contratados.

SREC, novamente, com interpretação penalizadora

O SPRA não aceita que os docentes sejam discriminados relativamente aos demais funcionários públicos. Por isso, não se conforma com a interpretação da DRE, que está alicerçada numa interpretação jurídica muito questionável, e reclama do SREC a desejada e necessária apreciação política.
 
Resposta da DRE (03-03-2008)

SREC apresenta proposta de currículo regional

(propostas de 03.03.08)

Currículo regional

Matriz curricular regional – distribuição dos tempos lectivos

Itinerários da educação básica

Alteração ao Programa Oportunidade

Programa Oportunidade.

PERE – Programas específicos de recuperação da escolaridade), na página da Direcção Regional da Educação a saber:

http://srec.azores.gov.pt/dre/alunos

http://srec.azores.gov.pt/dre/documentação

Temos uma Ministra da Avaliação

 

 

 

O País ficou a saber que o Governo vai ter em breve uma Ministra da Avaliação. A notícia foi dada na Guarda, a 27 de Fevereiro, durante uma intervenção do Primeiro Ministro no encerramento das jornadas parlamentares do PS.

A novidade, que rapidamente ultrapassou fronteiras, foi desde logo encarada pelo sector mais ortodoxo do partido do Governo como uma resposta criativa de Sócrates à difícil situação do País e ao descrédito da governação.

Mas as apreensões, embora tímidas, foram surgindo nas últimas horas. Fontes bem colocadas garantem que Sócrates terá já recebido dois tipos de críticas vindas do interior do aparelho governamental: primeiro, porque o anúncio deveria ter sido feito em conselho de ministros; segundo, porque os propósitos desta nova pasta são os da exaustiva avaliação de todos os ministros, secretários de Estado e directores de todos os ministérios, menos o da Educação, o que é considerado “sectarismo”.

Apesar da forte cortina de silêncio imposta pelo PM, os jornalistas conseguiram obter reacções de alguns ministros. Por exemplo, Mariano Gago diz que só é contra o novo Ministério se houver avaliação das fundações, menina dos olhos da reforma imposta pelo Ministério do Ensino Superior. A ministra da Saúde não queria falar, mas lá deixou escapar que “provavelmente foi por esta decisão que Correia de Campos saiu do Executivo: com o seu feitio, o meu antecessor não aguentava uma avaliação aos desastres sucessivos da sua governação”. Já Teixeira dos Santos, ministro das Finanças e da Administração Pública, foi direito ao assunto: “Como não se prevê aumento da despesa com a nova pasta, tudo bem. E sempre se arranja mais um departamento para mandar supranumerários“.

Mesmo nas últimas horas e após muito esforço dos profissionais da comunicação social, foi possível obter um comentário de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação e da Avaliação. Primeiro, deixou o seu habitual “nada tenho a dizer”; após muita insistência garantiu: “Sei que perdi a admiração de uns ministros, mas ganhei uma pasta” . E mais adiante: “A primeira grande ofensiva da avaliação vai ser junto dos tribunais e dos juízes que aceitaram providências cautelares dos Sindicatos de Professores. Se a sua avaliação for negativa, os senhores juízes terão dois caminhos: ou a reforma compulsiva ou a ida voluntária para a mobilidade especial. Isto é muito importante para o País” Se necessário as equipas de avaliação trabalharão em Agosto”. / JPO

Lei n.º 12-A 2008

Estabelece os regimes de vinculação, de carreiras e de remuneração dos trabalhadores que exercem funções públicas

Manigâncias

 

Eis que, após um período de aparente diálogo com os parceiros sociais sobre o Estatuto da Carreira Docente (ECD) e o subsequente processo legislativo, o Secretário Regional da Educação e Ciência (SREC) volta à carga com aquilo que melhor caracteriza a sua governação – os expedientes.

 

Na aplicação do ECD, a SREC dá o dito por não dito e altera o espírito da lei através dos seus famosos ofícios-circulares, assinados por testas de ferro (Directora Regional e Directoras de Serviços) ou, ainda, de forma menos comprometedora por via telefónica. E deixa os Conselhos Executivos com o “credo na boca” ou com o “coração nas mãos”, sem saberem ao que se hão-de cingir – se ao texto legal, se às “orientações” interpretativas da tutela, que, como convém, nunca trazem a chancela do titular da SREC.

 

Mas não é só! O Professor Álamo Meneses, no seu melhor, está a preparar-se para fazer uma reforma curricular, sem que se altere o actual quadro legal e que, é bom que não esqueçamos, tem como “chapéu” a Constituição da República e a Lei de Bases do Sistema Educativo que, para além dos acrescidos poderes legislativos regionais, determinam um conjunto de princípios que sustentam os pilares do Sistema Educativo (seja nacional, regional ou, da paróquia).

 

Mas, talvez por isso Álamo Meneses tenha optado por este expediente. Ou seja, sugerindo subtilmente às Unidades Orgânicas (UO) que, ao abrigo da inovação e autonomia pedagógicas, proponham à Direcção Regional de Educação alterações ao currículo do Ensino Básico. A sugestão foi devidamente acompanhada com um exemplo do que poderiam ser as propostas. Este processo teve o seu início, com o objectivo de alargar ao maior número de UOs, no final do ano lectivo transacto.

 

Agora vai mais longe, deixou a subtileza de lado e lançou à discussão uma proposta de “Currículo Regional”, sem explicitar qual o processo subsequente.

Álamo Meneses, dando “uma no cravo e outra na ferradura”, pretende, com isto, que um  número cada vez maior de escolas proponha as alterações ao currículo que ele sugere, sem sugerir, pois o processo tem em devida consideração a autonomia pedagógica da escola. Pretende, assim, generalizar a aplicação de um “Currículo Regional”, sem a devida e exigida alteração legal, o que, como se sabe, só é possível por Decreto Legislativo Regional.

 

É verdade! Só mesmo a sua arte de prestidigitação, que domina como ninguém, poderia põr as UOs a dar cobertura àquilo que conforma uma ilegalidade.

 

Quanto ao que Álamo Meneses propõe ao nível da sua subtil e ilusória proposta de “Currículo Regional”, e para além da forma como o está a tentar levar à prática, é bom que se diga que as alterações são profundas e que o que verdadeiramente está em causa é o modelo de Escola Pública que queremos para a Região. O que não é de somenos importância e que, obrigatoriamente, deveria implicar uma profunda discussão pública.

 

Importa, ainda, dizer que está em causa a própria unicidade do Sistema Educativo Nacional. Mas, não só, também as condições de trabalho dos docentes e não docentes sofrerão alterações de monta e as famílias serão, de algum modo, vítimas do que o SREC propõe que as UOs executem à margem da legalidade.

 

O aumento da carga horária semanal dos alunos, de 33 para 36 horas, e um horário de funcionamento das UOs, das 9 horas às 17h 30m, pode servir a algumas famílias, mas, não servirá, seguramente, os interesses da maioria das famílias açorianas.

 

Qualquer mudança implica, necessariamente, uma avaliação do modelo em vigor e, ao que julgo saber, essa avaliação não foi feita, nem o vai ser.

Resta ver como se comportam os órgãos de gestão das UOs e qual a iniciativa da comunidade educativa!

 

A acomodação é uma via, mas todos sabemos ao que isso nos tem conduzido. A alternativa é a tomada de posição e a exigência da abertura de um amplo debate sobre o modelo de Escola que melhor sirva o futuro.

A acomodação não faz parte das minhas rotinas.

Opto por exigir e não me calar, face às manigâncias da SREC!

 

Aníbal C. Pires

Dirigente do SPRA

 

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