Terça-feira, Julho 15, 2025
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“Os 40 000 professores que ficaram por colocar, na sua grande maioria, fazem falta às escolas e ao sistema educativo”

“É mau que o senhor PM mantenha esta sua atitude de permanente confrontação com os professores, insistindo na sua desvalorização perante a opinião pública”, sublinhou Mário Nogueira na conferência de imprensa que o Secretariado Nacional da FENPROF realizou no passado dia 5 de Setembro (sexta-feira), em Coimbra. No diálogo com os jornalistas, o dirigente sindical abordou um conjunto de matérias de viva actualidade neste arranque do ano lectivo 2008/2009.


“Neste ano lectivo que agora começa, a FENPROF irá apostar em várias frentes, mas uma delas será, sem dúvida, o ECD e a sua revisão global. Pomos à cabeça as questões da avaliação do desempenho dos professores (até porque é uma matéria mais imediata), mas também outros aspectos como a própria fractura da carreira e a não contagem integral do tempo de serviço. Sobre a avaliação do desempenho, a FENPROF calendarizou o trabalho de elaboração e apresentação de uma proposta, de um projecto alternativo ao documento que está em vigor”, destacou Mário Nogueira
/ JPO

2009
um ano com características especiais

Este Secretariado Nacional teve como objectivo prosseguir o balanço do ano lectivo anterior e, principalmente, preparar a intervenção da FENPROF e a acção dos educadores e professores no arranque deste novo ano escolar. Um ano com características e especificidades que decorrem do facto de ser um ano eleitoral: este ano escolar termina em Agosto de 2009, pelo que, em boa parte, coincidirá com o calendário pré-eleitoral; isto não quer dizer que se transforme num ano mais fácil ou que o Governo vá ceder em tudo, não é nada disso, mas repito: é um ano eleitoral, em que poderão surgir algumas “fragilidades” que nós procuraremos aproveitar. 
Temos consciência que algumas situações mais complexas também poderão surgir, tendo em conta o próprio contexto eleitoral, mas será, pelo menos, e isso registamos, um ano diferente dos três anteriores da legislatura; pretendemos também explorar essas diferenças quando elas se traduzirem na possibilidade de serem introduzidas mudanças na política educativa desenvolvida por um Governo que é suportado numa maioria absoluta parlamentar que, ao longo destes três anos, foi insensível às propostas e às reivindicações dos professores. Quantas vezes ouvimos e registámos posicionamentos de desvalorização das acções dos professores, incluindo em relação à grande Marcha da Indignação?

“Facilitismos”?…

Começou mal o Governo no arranque deste ano escolar com uma primeira declaração sobre os professores, proferida pelo senhor Primeiro Ministro. Confrontado há dias pela comunicação social com os números do desemprego docente, publicamente conhecidos, que, aliás, não negou (como alertámos, temos 40 mil professores que ficaram por colocar), o senhor PM veio dizer que o Governo não tinha que contratar quem não precisa, ou seja que estes professores não seriam necessários ao sistema educativo, e que tinha acabado o tempo do “facilitismo”. Foi esta a expressão utilizada, penso que dirigida a um conjunto muito vasto de receptores, nomeadamente a governos anteriores; a conselhos executivos, que no passado, na opinião do senhor PM, teriam contratado professores que não eram necessários nas escolas; aos docentes que, também em sua opinião, trabalham pouco, logo seriam necessários muitos!… Ao não clarificar a que tipo de “facilitismo” se refere, todas as interpretações são possíveis exigindo-se de Sócrates que esclareça a que se refere.
É mau que o senhor PM mantenha esta sua atitude de permanente confrontação com os professores, insistindo na sua desvalorização perante a opinião pública.

Professores no desemprego: 
porquê?

O que o senhor PM disse não é verdadeiro. Os 40 000 professores que ficaram por colocar, na sua grande maioria, fazem falta às escolas e ao sistema educativo. É importante que isto seja afirmado perante os portugueses. A FENPROF não defende que os empregos para os professores sejam criados, tendo por referência o número dos que existem, entre empregados e desempregados. 

O que a FENPROF defende é que sejam criados os lugares que fazem falta às escolas e ao sistema educativo para que seja possível responder, com eficácia e qualidade, a todas as exigências, cada vez em maior número e mais complexas, que se colocam. Se assim for, o desemprego docente sofrerá uma tremenda redução, por razões que não são artificiais. Artificial, por ser deliberadamente criada, é a dimensão do desemprego docente. Do ponto de vista social, seria bom que todos os portugueses, professores ou não, tivessem emprego. Agora, nós, em relação aos números do desemprego docente, colocamos as questões num plano educativo, que tem a ver com o funcionamento das escolas. 

O que é certo é que muitos dos professores ficaram de fora porque foram tomadas medidas deliberadas nesse sentido, para que sobrassem professores, no quadro de uma política economicista cega, que prejudica as escolas e a qualidade do ensino: foram aumentados os horários de trabalho dos docentes; foram alterados os conteúdos das componentes lectiva e não lectiva dos professores; retardaram (e de que forma) as aposentações; não foram tomadas medidas, indispensáveis às escolas, de redução do número máximo de alunos por turma (recordo que, por exemplo, no âmbito dos contratos de autonomia que algumas escolas já celebraram com o Ministério da Educação no ano passado, as propostas que iam no sentido da redução do número de alunos por turma foram todas rejeitadas pelo ME). 

Há, por exemplo, projectos de combate ao abandono escolar que eram muito importantes até no contexto social em que as respectivas escolas estão inseridas e que hoje estão ameaçados, por carência de recursos humanos. O ME autoriza-os, mas adverte que não podem traduzir-se no aumento do número de professores.

Agência de desemprego?

Se, de facto, é verdade que o Ministério da Educação não deve ser uma agência de emprego, como a senhora ministra da Educação faz questão de recordar com frequência, também não aceitamos que o Ministério da Educação se transforme numa agência de desemprego com prejuízo para as escolas e para estes milhares de jovens que ficam desempregados, situação que se tem agravado nos últimos anos.

foguetório do Governo…

Neste início de ano lectivo, é natural que o senhor PM pretendesse que o País se transformasse, ou que as escolas se transformassem numa festa permanente em que os governantes seriam os mordomos, com grande cobertura mediática; agora o que não pode contar é que aqueles (é o nosso caso, FENPROF) que têm legítimas críticas a fazer às políticas educativas deixassem de as fazer e se limitassem a aplaudir o lançamento dos foguetes… Não é isso, seguramente, o que iremos fazer. Quando tivermos que saudar uma medida não hesitaremos em fazê-lo (infelizmente não temos tido muitas oportunidades para o fazer…). Quando tivermos que criticar e alertar os professores e a sociedade para o que é negativo, também não hesitaremos!

Orçamento insuficiente

Sem entrar em grandes pormenores, porque precisamos de ter informação mais rigorosa só possível quando se conhecer a proposta de lei do OE para 2009, a verdade é que não podemos deixar de chamar a atenção para a realidade quando o Governo vem dizer que vai investir no próximo ano, como nunca, na área da Educação. Um investimento que, segundo tem sido anunciado, se reflectirá em cerca de 3,5% de aumento das verbas para a Educação em Orçamento de Estado (OE). Se assim for, mesmo sem conhecermos a distribuição pelas várias rubricas, podemos afirmar que estamos perante um aumento muito insuficiente… Deduza-se a perda que resulta do valor da inflação e estaremos a falar de qualquer coisa como um aumento real de 0,5… Nos últimos 6 anos (de 2002, último governo do PS, a 2008, o actual) a redução real de verbas na Educação foi de 22,2%.

Recorde-se, entretanto, que o OE para a Educação no ano em curso atingiu o valor mais baixo, relativamente ao PIB (Produto Interno Bruto), das últimas décadas. Só para termos uma referência, basta lembrar que em 2002, era então ministro da Educação o Dr. Guilherme d’Oliveira Martins, as verbas para a Educação atingiram os 5,6 por cento do PIB (estamos a falar de mais de sete mil e duzentos milhões de euros). Este ano, as verbas para a Educação são apenas de cinco mil, novecentos e oitenta e quatro milhões; há uma redução em valor absoluto, e representam apenas 3,5 por cento do PIB.

Um aumento de 3,5 por cento é melhor do que repetir o “aumento zero” de 2007 para 2008, mas a verdade é que fica muito aquém das necessidades… Um reforço real, no orçamento, de meio por cento não justifica o foguetório e talvez até justifique, isso sim, uma justificação atendível ao país…

Acção social escolar

Outro aspecto a ter em conta é a campanha que o actual Governo já começou a lançar a propósito do reforço da acção social escolar, abrangendo mais do dobro dos alunos apoiados no ano anterior (passando de quase 300 mil para 700 mil), o que poderá corresponder à verdade. Contudo, não basta falar nos números, nos milhões, em bruto. 

É preciso saber o que significa, para as famílias, nos apoios concretos, o que foi anunciado. Indo aí, a situação é bem mais negra, pois, por exemplo, os alunos que vão ser abrangidos pelo 1º escalão, que na prática têm os apoios mais elevados (refeições, manuais, etc) são aqueles cuja família tem uma capitação de 135 euros; estou a falar de 27 contos. São os que vivem abaixo do limiar da pobreza. O que é preocupante é que haja tantos portugueses nesta situação. Mal seria que estes alunos não tivessem direito a estar no escalão A no âmbito da acção social escolar!…

Mas, repare-se também neste exemplo: numa família com dois salários mínimos (pai e mãe trabalham e cada um ganha o salário mínimo), o aluno passa logo para o escalão “C” – não tem apoio para refeições, nem para manuais ou material de apoio…
Segundo a Constituição da República Portuguesa, na realização de política de ensino, incumbe ao Estado assegurar o ensino básico, universal e gratuito (artigo 74º). Estamos ainda muito longe de dar resposta a este preceito constitucional, pois, ao contrário do que a propaganda quer fazer passar, de acordo com os dados oficiais do INE, a Educação foi, na actual Legislatura, o produto cujo custo mais se agravou, atingindo os 16%.

Política do Prémio

Vamos ter no próximo dia 12 a entrega de prémios a alunos nas escolas secundárias (dois por estabelecimento de ensino) no valor de quinhentos euros, ou seja, uma despesa de mil euros por escola secundária (200 contos). Nós gostaríamos que o ME investisse nas escolas secundárias e em todas as outras, na criação de melhores condições para que alunos, professores e funcionários pudessem desempenhar da melhor forma as suas tarefas; no caso das crianças e jovens, para que todas tivessem condições e oportunidades idênticas para terem sucesso escolar e educativo. Isto é que seria importante que acontecesse. Com 200 contos não seria possível alcançar esse objectivo, mas é possível montar alguns teatros mediáticos, em que aparecerão certamente os senhores ministros, o senhor Primeiro Ministro, a senhora ministra da Educação, os senhores secretários de Estado, talvez alguns autarcas também, a distinguir o melhor aluno, fazendo esquecer a realidade…

Esta política do Prémio, saindo barata, tem algum impacto na opinião pública, dá projecção aos governantes, todavia, não resolve nenhum dos problemas principais da Educação. Ainda mais em ano de eleições, a preocupação do Governo parece ser mesmo a de reforçar posições recorrendo à propaganda.

Plano Tecnológico

A FENPROF saúda, como sempre fez, todas as iniciativas que possam contribuir para que se melhorem as condições de trabalho (computadores, quadros interactivos, etc). Temos tido até campanhas de exigência da melhoria dos instrumentos de trabalho nas escolas.
Entretanto, não podemos deixar de alertar para as condições em que se trabalha hoje nas escolas portuguesas, para o ambiente criado pelas erradas políticas do ME, para a falta de professores que possam assegurar o desenvolvimento de todos os projectos que a escola gostaria de promover. 

A alteração dessa situação não resulta apenas do reforço dos meios tecnológicos. É necessário investir, e isso não tem acontecido, no factor humano, nos professores, que têm sido desvalorizados, particularmente através de um Estatuto da Carreira Docente que atirou para o interior da escola e da profissão graves focos de instabilidade, criando piores condições para o exercício profissional da docência, ao dividir a carreira dos professores em categorias; ao impor sobrecargas, por vezes ilegais, no horário de trabalho dos docentes; quando veio introduzir uma absurda prova de ingresso na profissão; quando veio atrasar a possibilidade de aposentação dos professores; quando não permitiu a recuperação do tempo de serviço roubado a toda a Administração Pública em 2,5 anos; quando impôs um burocrático, absurdo e penalizador regime de avaliação do desempenho…

Avaliação do Desempenho

Neste ano lectivo que agora começa, a FENPROF irá apostar em várias frentes, mas uma delas será, sem dúvida, o ECD e a sua revisão global. Pomos à cabeça as questões da avaliação do desempenho dos professores (até porque é uma matéria mais imediata), mas também outros aspectos como a própria fractura da carreira e a não contagem integral do tempo de serviço. Sobre a avaliação do desempenho, a FENPROF calendarizou o trabalho de elaboração e apresentação de uma proposta, de um projecto alternativo ao documento que está em vigor. 

Em Abril passado, no âmbito do memorando de entendimento que os sindicatos assinaram com o ME, ficou estabelecido que no final deste ano lectivo haverá a negociação de um novo modelo de avaliação do desempenho e nós queremos chegar a esse momento com um projecto construído pelos professores, que não seja apenas um projecto elaborado internamente pela FENPROF, mas sim uma tomada de posição que envolva o maior número possível de professores e educadores, a que se chegue na sequência de um amplo, profundo e representativo debate nas escolas. 

A FENPROF fará a apresentação dessa proposta no dia 8 de Outubro, numa iniciativa nacional a realizar no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Professor (5 de Outubro). Ainda neste primeiro período lectivo, essa proposta chegará a todas as escolas do país. Em Dezembro, numa Conferência Nacional que decorrerá no dia 5, a FENPROF irá aprovar esse modelo, que colocará como alternativo ao do ME, que depois, no final do ano, será defendido em sede negocial e pelo qual lutaremos, para alterar aquilo que está em vigor. Este é, como se sabe, um dos aspectos muito contestados do ECD.

Gestão: Parecer de prestigiado constitucionalista 
confirma ilegalidades do Decreto do ME

No âmbito da gestão escolar, que é outra área fundamental, há uma informação que podemos deixar aqui em primeira mão: recebemos a apreciação (solicitada no final do ano lectivo passado) de um prestigiado constitucionalista, antigo juiz conselheiro do Tribunal Constitucional, à legalidade do Decreto Lei da Gestão que entrou em vigor neste ano (Dec.Lei nº 75/2008), que introduz na escola a figura do “director”. Segundo a apreciação do Dr. Guilherme da Fonseca, há sete artigos que contêm normas ilegais e por isso deve a FENPROF requerer às entidades que podem dirigir-se ao Tribunal Constitucional que tomem essa iniciativa para que este fiscalize a legalidade ou ilegalidade dessas normas. Nesse sentido, a FENPROF contactará a Assembleia da República e a Provedora de Justiça.

Recorde-se que a FENPROF entregou na AR, no final do ano lectivo anterior, uma petição, exactamente no sentido da alteração desse Decreto da gestão; na altura, informámos o senhor Presidente da Assembleia que iríamos solicitar aquele parecer.

Além do combate político-sindical que temos dado a este modelo de Gestão imposto pelo Governo, temos aqui uma nova frente que se abre, uma luta também no plano jurídico, que acompanharemos com todo o rigor. 
Ao contrário do que pretenderia o ME, mais de 300 escolas e agrupamentos não constituíram, no prazo inicialmente definido, os Conselhos Gerais Transitórios, primeiro procedimento que as escolas teriam de desenvolver no quadro da implementação do novo modelo. Essa eleição terá que ocorrer agora em Setembro. A FENPROF continuará a acompanhar e a apoiar essas escolas e todas as outras que já constituíram o CGT.

Licença de maternidade

Os resultados dos concursos anunciados são conhecidos de todos, já não são novidade. Mas em relação à questão da contratação, fica já aqui a nota de que iremos apresentar queixa à Assembleia da República e à sua comissão específica para a Administração Pública, pela situação criada a professoras que se encontram em licença de maternidade, e a quem foi imposto, nas escolas em que se apresentaram, que só poderiam celebrar o contrato relativo à colocação agora anunciada se prescindissem da licença de maternidade a que constitucionalmente têm direito. Isto tem a ver com uma circular do Ministério das Finanças, publicada no passado dia 6 de Fevereiro. A situação é inaceitável no plano dos direitos e incorre numa grosseira inconstitucionalidade. Para além disso cria situações diferenciadas, pois se a docente estiver em pleno gozo da licença terá de abdicar da mesma para poder celebrar contrato, porém se já o tiver feito, poderá entrar em licença de maternidade no dia seguinte sem qualquer penalização… Não tem qualquer sentido.

Estatuto da Carreira Docente da Região Autónoma da Madeira

Decreto Legislativo Regional 6/2008/M

No seguimento da Regulamentação do ECD Madeira, já foram publicados os diplomas que mereceram aprovação unânime dos parceiros sociais:

PERMUTA entre Professores

Com o fim de ajudar milhares de professores que se encontram deslocados longe de casa, um professor de Aveiro está a finalizar a criação de uma página de permutas de locais de trabalho de professores.

Com tantos professores deslocados de suas casas, o mais provável é que se consiga arranjar permutas entre os que querem, no mínimo, ficar mais próximo de casa.

Divulguem o site http://permutas.pt.vu/ e os professores que estão longe de casa que se inscrevam!

Não se esqueçam de consultar o despacho que regulamenta as ditas permutas entre professores – Portaria 622-A/92 de 30 de Junho.

Desemprego dos Professores

 

 

 

O Primeiro-Ministro José Sócrates sabe muito bem que a FENPROF e os seus Sindicatos não defendem, nem alguma vez defenderam que o Ministério da Educação contratasse mais professores do que os necessários.

O que a FENPROF sustenta é que a boa eficácia pedagógica justifica a contratação de mais professores para as nossas escolas, nomeadamente professores de apoio para turmas e para alunos que revelem, mesmo temporariamente, problemas comportamentais e dificuldades na aprendizagem, para apoio adequado a crianças com necessidades educativas especiais.

O que a FENPROF defende são medidas de melhoria das condições de trabalho nas escolas e que promovam as boas aprendizagens dos alunos.

O que a FENPROF reivindica é o ataque a problemas estruturais como as baixas qualificações da população, o abandono e o insucesso escolares, combates para os quais o país tem os docentes de que necessita mas que o Governo teima em desperdiçar.

É, pois, um triste sinal dos tempos ver o Primeiro-Ministro do nosso país, nas suas declarações na Escola Sec. Pedro Nunes no dia 2 de Setembro, recorrer à mais baixa das sofísticas, que nos habituámos a ver nos debates políticos de menor qualidade: atacar não as ideias ou intenções dos adversários, mas sim as ideias ou intenções que se lhes atribuem exactamente para serem facilmente atacadas. Denunciar este sofisma, que não é apenas uma falácia, ensina-se no 11º ano de Filosofia. Custa ter que admitir que o Primeiro-Ministro português recorra a este tipo de retórica para iludir dois graves problemas: o da necessária melhoria do nosso ensino e o do indispensável combate ao desemprego que alastra entre os professores e educadores.

A FENPROF não pode deixar de condenar, ainda, a insensibilidade e irresponsabilidade sociais e o desrespeito pelos 40 mil professores e suas famílias que vivem momentos muito difíceis, bem diferentes da facilidade com que o Primeiro-Ministro os quis comentar.

O Secretariado Nacional

RECUPERAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO de 2005 a 2007 JÁ FOI PUBLICADA – 1º Congelamento

«sem prejuízo do disposto nos artigos 9.º e 10.º do Decreto Legislativo Regional n.º 21/2007/A, de 30 de Agosto, aos docentes dos estabelecimentos de ensino não superior que à data da entrada em vigor do presente diploma se encontrem a prestar serviço no Sistema Educativo Regional, o tempo de serviço prestado neste sistema durante o período de congelamento, ocorrido de 30 de Agosto de 2005 a 31 de Dezembro de 2007, é relevado, na actual carreira, para efeitos de progressão, de acordo com os módulos de tempo naquela previstos, nos seguintes termos:

a) 50 % daquele período de congelamento a partir da data da entrada em vigor do presente diploma;

b) 50 % daquele período de congelamento a partir de 1 de Setembro de 2009».

Revisão da legislação de Concursos

Revisão da legislação de Concursos
 

 

1. OBJECTIVOS APONTADOS PELO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

 

  • Ajustar os Quadros de Agrupamento (QA) e Quadros de Escola não agrupadas (QE) às efectivas necessidades
  • Continuar com as colocações plurianuais
  • Diminuir o tempo de colocação nas necessidades transitórias

 

 

 

2. TIPO DE CONCURSOS

 

PARA AS NECESSIDADES DOS QUADROS

 

a)      CONCURSO INTERNO – Concurso de Quadros (QE/QA e QZP)

 

CONCURSO INTERNO

Trata-se do Concurso cujos candidatos são docentes já pertencentes a um dos Quadros (QE, QZP, QA), desde que pertençam à categoria profissional de Professor

 

QUEM CONCORRE?

Docentes do QE que pretendam mudar de escola

Docentes dos QZP que concorrem a quadros de agrupamento/escola não agrupada

 

QUANDO SE REALIZA ESTE CONCURSO?

No ano de 2009, para 2009/2010 e, a partir daqui, de 4 em 4 anos

 

COMO SE CONCORRE?

Através de aplicação electrónica, manifestando preferências até:

– 100 estabelecimentos de educação ou ensino

– 50 concelhos

– O máximo de Zonas Pedagógicas (ZP) existentes

 

PREFERÊNCIAS MÍNIMAS PARA OS DOCENTES DOS QZP

– 25 Códigos de Escolas ñ agrupadas/Agrupamentos

– 4 Códigos de Zona Pedagógica (Esta opção significa que manifestam igual preferência por todos os agrupamentos/escolas dessas ZP)

 

OBJECTIVO DO ME: Transformar os QZP em Quadros de Agrupamento

 

b)      CONCURSO EXTERNO – Concurso de Ingresso em Quadros

 

CONCURSO EXTERNO

Trata-se do Concurso cujos candidatos são docentes não pertencentes aos Quadros e que tenham qualificação profissional

 

QUEM CONCORRE?

Os docentes que não pertencendo a os Quadros pretendam ingressar num QE ou num QA

 

QUANDO SE REALIZA ESTE CONCURSO?

No ano de 2009, para 2009/2010 e, a partir daqui, de 4 em 4 anos

 

COMO SE CONCORRE?

Através de aplicação electrónica, manifestando preferências até:

– 100 estabelecimentos de educação ou ensino

– 50 concelhos

– O máximo de Zonas Pedagógicas (ZP)

 

 

PARA AS NECESSIDADES TRANSITÓRIAS

 

a)      CRIAÇÃO DE UMA BOLSA DE RECRUTAMENTO

 

BOLSA DE RECRUTAMENTO:

Aqui permanecerão todos os professores por colocar (QE, QZP, QA, Candidatos a Contrato…) entre 31 de Agosto e 31 de Dezembro. É constituída anualmente.

 

PARA QUE SERVE?

Serve para substituir as actuais colocações cíclicas e é onde as escolas irão procurar professores para suprir necessidades transitórias.

 

QUEM É COLOCADO?

No primeiro momento (31 de Agosto) ? São colocados os docentes:

– de QA/QE sem componente lectiva;

– de QZP sem provimento em QA/QE (não conseguiram transitar para um QA/QE)

– que concorrem a Destacamento por Condições Específicas (DCE)

– que concorrem a Destacamento para Aproximação à Residência (DAR)

– candidatos a contratação

 

No segundo momento (entre 1 de Setembro e 31 de Dezembro) – São colocados os docentes:

– de QA/QE sem componente lectiva (ainda não colocados no primeiro momento)

– de QZP sem provimento em QA/QE (não conseguiram transitar para um QA/QE e que não foram colocados no primeiro momento)

– candidatos a contratação

 

COMO SÃO COLOCADOS OS PROFESSORES DESTA BOLSA?

No primeiro momento (31 de Agosto) – existe uma colocação nacional, realizada pela DGRHE, de acordo com as preferências manifestadas pelos candidatos.

 

No segundo momento (entre 1 de Setembro e 31 de Dezembro) – as escolas acedem directamente à bolsa de recrutamento, através de uma aplicação electrónica. Aí introduzem os elementos necessários à caracterização da sua necessidade de professor para aquele grupo de recrutamento, designadamente quanto às características do horário? A aplicação indica, de imediato, o docente que é colocado, de acordo com a sua graduação e as preferências manifestadas. No entanto, esse professor pode ser colocado numa preferência qualquer, mesmo que não caiba nas suas primeiras opções. Ou seja, no segundo ou no minuto seguinte outra escola poderá introduzir opções mais favoráveis para um docente já colocado. No entanto, nada haverá a fazer.

 

NOTIFICAÇÃO DA COLOCAÇÃO DO PROFESSOR

A notificação dos professores colocados através desta Bolsa de Recrutamento é feita no momento em que a escola toma conhecimento de qual o professor colocado. Este é informado através do seu endereço de correio electrónico pessoal (indicado no momento da candidatura).

 

 

 

3. CONSEQUÊNCIAS DAS ALTERAÇÕES PROPOSTAS PELO ME

 

 

PARA ACTUAIS QUADROS DE ESCOLA

 

CONSEQUÊNCIAS PARA OS DOCENTES QUE PERTENCEM A UM QE NO MOMENTO DA TRANSIÇÃO

 

– No caso de pertencer a um QE de uma escola que está integrada em Agrupamento, transita de imediato para o Quadro desse Agrupamento;

 

– Os docentes colocados numa escola por força da extinção/fusão de escola(s) ou reestruturação de rede de estabelecimentos de educação e ensino são integrados nos Quadros de Agrupamento ou de Escola Não Agrupada em que se encontram (esta será uma medida transitória que só se aplicará este ano);

 

– NOTA IMPORTANTE: ver o que se encontra referido em CONCURSO DE QUADROS (QE E QZP) eem BOLSA DE RECRUTAMENTO

 

 

PARA ACTUAIS QUADROS DE ZONA PEDAGÓGICA

 

CONSEQUÊNCIAS PARA OS DOCENTES QUE PERTENCEM A UM QZP NO MOMENTO DA TRANSIÇÃO

 

– São obrigados a concorrer ao Concurso de Quadros de Agrupamento ou de Escolas Não Agrupadas;

 

– Se não forem colocados em QA ou QE, mantêm-se como QZP e integram a Bolsa de Recrutamento;

 

– NOTA IMPORTANTE: os lugares que permanecem de QZP passam a ser negativos e extinguem-se quando os docentes que os ocupam forem colocados em QA ou em QE.

 

 

 

4. PERIODICIDADE DAS COLOCAÇÕES

 

Situação do docente

Duração da colocação (desde que se mantenha a necessidade)

QA/QE sem componente lectiva

– 4 anos

QZP que não obteve lugar em QA/QE

– 4 anos

DCE

– 4 anos (desde que mantenha a situação)

QA/QE – DAR

– 4 anos

Contratação

Colocação é anual;

Podem renovar até limite de 4 anos

(ver CONDIÇÕES PARA RENOVAÇÃO)

Quando não se mantiver a necessidade, o docente integra a Bolsa de Recrutamento

 

 

5. CONDIÇÕES PARA A RENOVAÇÃO DE CONTRATO

 

 

RENOVAÇÃO DE CONTRATO

 

– Desde que não haja, em Bolsa de Recrutamento, docentes do QE/QA ou QZP, do mesmo grupo de recrutamento e que tenham manifestado preferência por esse agrupamento ou escola não agrupada;

 

– Manutenção de horário lectivo completo;

 

– Última Avaliação do Desempenho, no mínimo, de Bom;

 

– Parecer positivo do órgão de gestão.

 

 

 

6. CRITÉRIOS DE GRADUAÇÃO

 

 

GRADUAÇÃO

[O Ministério da Educação introduz uma nova variável nos critérios de graduação e que está directamente relacionada com a avaliação do desempenho, apesar de no ECD (imposto pelo ME) não estar previsto este efeito]

 

– Classificação profissional

– Tempo de serviço

– Última avaliação do desempenho:

 

        – Excelente: + 5 valores

        – Muito Bom: + 3 valores

        – Bom: + 2 valores

        – Outras situações : 0 valores

 

 

7. CALENDÁRIO DOS CONCURSOS E COLOCAÇÕES

 

– Novembro – levantamento de vagas

– Janeiro – preparação do aviso de abertura

– Fevereiro – abertura do concurso

– Junho – colocações resultantes dos concursos de quadros e de ingresso

– 31 Agosto – colocação nacional da bolsa de recrutamento

– Setembro a Dezembro – acesso directo das escolas à bolsa de recrutamento

– Janeiro a Junho – contratação de escola (DL 35)

 

Revisão da legislação de Concursos

1. OBJECTIVOS APONTADOS PELO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

 

  • Ajustar os Quadros de Agrupamento (QA) e Quadros de Escola não agrupadas (QE) às efectivas necessidades
  • Continuar com as colocações plurianuais
  • Diminuir o tempo de colocação nas necessidades transitórias

 

 

 

2. TIPO DE CONCURSOS

 

PARA AS NECESSIDADES DOS QUADROS

 

a)      CONCURSO INTERNO – Concurso de Quadros (QE/QA e QZP)

 

CONCURSO INTERNO

Trata-se do Concurso cujos candidatos são docentes já pertencentes a um dos Quadros (QE, QZP, QA), desde que pertençam à categoria profissional de Professor

 

QUEM CONCORRE?

Docentes do QE que pretendam mudar de escola

Docentes dos QZP que concorrem a quadros de agrupamento/escola não agrupada

 

QUANDO SE REALIZA ESTE CONCURSO?

No ano de 2009, para 2009/2010 e, a partir daqui, de 4 em 4 anos

 

COMO SE CONCORRE?

Através de aplicação electrónica, manifestando preferências até:

– 100 estabelecimentos de educação ou ensino

– 50 concelhos

– O máximo de Zonas Pedagógicas (ZP) existentes

 

PREFERÊNCIAS MÍNIMAS PARA OS DOCENTES DOS QZP

– 25 Códigos de Escolas ñ agrupadas/Agrupamentos

– 4 Códigos de Zona Pedagógica (Esta opção significa que manifestam igual preferência por todos os agrupamentos/escolas dessas ZP)

 

OBJECTIVO DO ME: Transformar os QZP em Quadros de Agrupamento

 

b)      CONCURSO EXTERNO – Concurso de Ingresso em Quadros

 

CONCURSO EXTERNO

Trata-se do Concurso cujos candidatos são docentes não pertencentes aos Quadros e que tenham qualificação profissional

 

QUEM CONCORRE?

Os docentes que não pertencendo a os Quadros pretendam ingressar num QE ou num QA

 

QUANDO SE REALIZA ESTE CONCURSO?

No ano de 2009, para 2009/2010 e, a partir daqui, de 4 em 4 anos

 

COMO SE CONCORRE?

Através de aplicação electrónica, manifestando preferências até:

– 100 estabelecimentos de educação ou ensino

– 50 concelhos

– O máximo de Zonas Pedagógicas (ZP)

 

 

PARA AS NECESSIDADES TRANSITÓRIAS

 

a)      CRIAÇÃO DE UMA BOLSA DE RECRUTAMENTO

 

BOLSA DE RECRUTAMENTO:

Aqui permanecerão todos os professores por colocar (QE, QZP, QA, Candidatos a Contrato…) entre 31 de Agosto e 31 de Dezembro. É constituída anualmente.

 

PARA QUE SERVE?

Serve para substituir as actuais colocações cíclicas e é onde as escolas irão procurar professores para suprir necessidades transitórias.

 

QUEM É COLOCADO?

No primeiro momento (31 de Agosto) ? São colocados os docentes:

– de QA/QE sem componente lectiva;

– de QZP sem provimento em QA/QE (não conseguiram transitar para um QA/QE)

– que concorrem a Destacamento por Condições Específicas (DCE)

– que concorrem a Destacamento para Aproximação à Residência (DAR)

– candidatos a contratação

 

No segundo momento (entre 1 de Setembro e 31 de Dezembro) – São colocados os docentes:

– de QA/QE sem componente lectiva (ainda não colocados no primeiro momento)

– de QZP sem provimento em QA/QE (não conseguiram transitar para um QA/QE e que não foram colocados no primeiro momento)

– candidatos a contratação

 

COMO SÃO COLOCADOS OS PROFESSORES DESTA BOLSA?

No primeiro momento (31 de Agosto) – existe uma colocação nacional, realizada pela DGRHE, de acordo com as preferências manifestadas pelos candidatos.

 

No segundo momento (entre 1 de Setembro e 31 de Dezembro) – as escolas acedem directamente à bolsa de recrutamento, através de uma aplicação electrónica. Aí introduzem os elementos necessários à caracterização da sua necessidade de professor para aquele grupo de recrutamento, designadamente quanto às características do horário? A aplicação indica, de imediato, o docente que é colocado, de acordo com a sua graduação e as preferências manifestadas. No entanto, esse professor pode ser colocado numa preferência qualquer, mesmo que não caiba nas suas primeiras opções. Ou seja, no segundo ou no minuto seguinte outra escola poderá introduzir opções mais favoráveis para um docente já colocado. No entanto, nada haverá a fazer.

 

NOTIFICAÇÃO DA COLOCAÇÃO DO PROFESSOR

A notificação dos professores colocados através desta Bolsa de Recrutamento é feita no momento em que a escola toma conhecimento de qual o professor colocado. Este é informado através do seu endereço de correio electrónico pessoal (indicado no momento da candidatura).

 

 

 

3. CONSEQUÊNCIAS DAS ALTERAÇÕES PROPOSTAS PELO ME

 

 

PARA ACTUAIS QUADROS DE ESCOLA

 

CONSEQUÊNCIAS PARA OS DOCENTES QUE PERTENCEM A UM QE NO MOMENTO DA TRANSIÇÃO

 

– No caso de pertencer a um QE de uma escola que está integrada em Agrupamento, transita de imediato para o Quadro desse Agrupamento;

 

– Os docentes colocados numa escola por força da extinção/fusão de escola(s) ou reestruturação de rede de estabelecimentos de educação e ensino são integrados nos Quadros de Agrupamento ou de Escola Não Agrupada em que se encontram (esta será uma medida transitória que só se aplicará este ano);

 

– NOTA IMPORTANTE: ver o que se encontra referido em CONCURSO DE QUADROS (QE E QZP) eem BOLSA DE RECRUTAMENTO

 

 

PARA ACTUAIS QUADROS DE ZONA PEDAGÓGICA

 

CONSEQUÊNCIAS PARA OS DOCENTES QUE PERTENCEM A UM QZP NO MOMENTO DA TRANSIÇÃO

 

– São obrigados a concorrer ao Concurso de Quadros de Agrupamento ou de Escolas Não Agrupadas;

 

– Se não forem colocados em QA ou QE, mantêm-se como QZP e integram a Bolsa de Recrutamento;

 

– NOTA IMPORTANTE: os lugares que permanecem de QZP passam a ser negativos e extinguem-se quando os docentes que os ocupam forem colocados em QA ou em QE.

 

 

 

4. PERIODICIDADE DAS COLOCAÇÕES

 

Situação do docente

Duração da colocação (desde que se mantenha a necessidade)

QA/QE sem componente lectiva

– 4 anos

QZP que não obteve lugar em QA/QE

– 4 anos

DCE

– 4 anos (desde que mantenha a situação)

QA/QE – DAR

– 4 anos

Contratação

Colocação é anual;

Podem renovar até limite de 4 anos

(ver CONDIÇÕES PARA RENOVAÇÃO)

Quando não se mantiver a necessidade, o docente integra a Bolsa de Recrutamento

 

 

5. CONDIÇÕES PARA A RENOVAÇÃO DE CONTRATO

 

 

RENOVAÇÃO DE CONTRATO

 

– Desde que não haja, em Bolsa de Recrutamento, docentes do QE/QA ou QZP, do mesmo grupo de recrutamento e que tenham manifestado preferência por esse agrupamento ou escola não agrupada;

 

– Manutenção de horário lectivo completo;

 

– Última Avaliação do Desempenho, no mínimo, de Bom;

 

– Parecer positivo do órgão de gestão.

 

 

 

6. CRITÉRIOS DE GRADUAÇÃO

 

 

GRADUAÇÃO

[O Ministério da Educação introduz uma nova variável nos critérios de graduação e que está directamente relacionada com a avaliação do desempenho, apesar de no ECD (imposto pelo ME) não estar previsto este efeito]

 

– Classificação profissional

– Tempo de serviço

– Última avaliação do desempenho:

 

        – Excelente: + 5 valores

        – Muito Bom: + 3 valores

        – Bom: + 2 valores

        – Outras situações : 0 valores

 

 

7. CALENDÁRIO DOS CONCURSOS E COLOCAÇÕES

 

– Novembro – levantamento de vagas

– Janeiro – preparação do aviso de abertura

– Fevereiro – abertura do concurso

– Junho – colocações resultantes dos concursos de quadros e de ingresso

– 31 Agosto – colocação nacional da bolsa de recrutamento

– Setembro a Dezembro – acesso directo das escolas à bolsa de recrutamento

– Janeiro a Junho – contratação de escola (DL 35)

 

AGIR PARA A IGUALDADE DE OPORTUNIDADES ENTRE MULHERES E HOMENS

Em S. Miguel, as escolas que, na sequência do contacto feito pelo Sindicato dos Professores da Região Açores, efectuado no ano transacto, prontamente se disponibilizaram, através dos respectivos Presidentes dos Conselhos Executivos, para celebrar um protocolo, com o Projecto Equal, de desenvolvimento da Metodologia Agir para a Igualdade nas Escolas, no ano lectivo em curso, foram as secundárias das Laranjeiras e da Ribeira Grande.

De salientar que a Secretaria Regional da Educação e Ciência, reconhecendo a importância da temática e a escola como um espaço, por excelência, propiciador da mudança de mentalidades, na sequência da apresentação do projecto, feita pela coordenadora nacional, Odete Filipe, representante da CGTP-IN, aceitou ser parceira activa. O trabalho de parceria que tem sido desenvolvido só poderá trazer mais valias para o sucesso que todos desejamos.

Depois de envidados todos os esforços no sentido da operacionalização do projecto, e na sequência da acção de formação Agir para a Igualdade entre Mulheres e Homens no Trabalho e na Vida, que se realizou de três a sete de Setembro, nove professores estão a desenvolver esta metodologia, sendo quatro da Ribeira Grande e cinco das Laranjeiras. Na distribuição de serviço, estavam destinados alguns segmentos da componente não lectiva de estabelecimento do horário semanal dos professores e das professoras ao trabalho nesta área.

Na Escola Secundária das Laranjeiras, estão envolvidas as turmas: 8º 4, de Mesa e Bar, do Programa Formativo de Inserção de Jovens (PROFIJ), na disciplina de Mundo Actual; 8ºs A e B, nas disciplinas de Formação Cívica,Português e Expressão Dramática; cinco turmas do 10º ano e seis do 11º, em Filosofia, dada a pertinência da temática e a sua adequação aos conteúdos programáticos.

A montagem de exposições, a criação de um painel da Igualdade; pesquisas; reflexões; relatórios; a elaboração e aplicação de um questionário intitulado “Quem faz o quê?”, cujos resultados foram apresentados em powerpoint, a todas as turmas do PROFIJ do 8º ano; a dramatização de um texto narrativo, “Quando for grande, quero ser pai“, e a sua encenação; a concepção de spots publicitários, a apresentação de trabalhos para a comunidade escolar, na disciplina de Filosofia, no anfiteatro da escola, foram algumas das estratégias utilizadas.

Permito-me mencionar os temas dos trabalhos apresentados à comunidade escolar, pelos alunos de Filosofia:

.- O lado feminino da Filosofia (11º)

– O lado feminino da ciência (11º)

– A influência da moda nos jovens (11º)

– A mulher na publicidade (11º)

– A importância da mulher nas belas artes (11º)

– A representação social da mulher nos séculos XX e XXI (11º)

– A violência doméstica (10º)

– Que profissões para quem? (10º)

– Mulheres de sucesso (10º)

– Mulheres escritoras (10º)

Tratou-se de uma experiência muito enriquecedora para todos e para todas.

Na Escola Secundária da Ribeira Grande, os quatro professores que frequentaram a formação em Igualdade transformaram as suas propostas individuais de trabalho num propósito conjunto, denominado Um Projecto, Quatro Vertentes, que abrangeu um público alvo vasto, percorrendo o 9º ano, na disciplina de Formação Cívica; 10º, em Português; 11º, em Educação Física e 12º, na disciplina de Viver em Português, do PROFIJ, nível III, e, ainda, os docentes e não docentes da unidade orgânica. Foram feitas sessões de esclarecimento, exposições, aulas abertas, reflexões e inquéritos, elaboraram-se guiões de exploração de filmes, criou-se a biblioteca do professor em Igualdade de Género e material apelativo diverso para colocar nas vitrinas das casas comerciais da cidade, aquando das comemorações do 8 de Março, Dia Internacional da Mulher.

O 25 de Abril também mereceu uma atenção especial, associado à igualdade de oportunidades, através de uma exposição conjunta com outras turmas não envolvidas directamente no projecto. A realização de um debate Prós e Contras, que contou com cerca de 300 pessoas, e para o qual várias entidades foram convidadas, constituiu um momento alto no desenvolvimento desta metolologia.

Paralelamente, e na sequência do projecto, surgiu um plano geral, a ser implementado na escola, nas aulas de substituição imprevista, por todos os/as professores/as interessados/as em abordar a temática em apreço, intituladoUma Escola para a Igualdade. Para que tal fosse possível, as coordenadoras da equipa pedagógica da Metodologia Agir para a Igualdade tiveram um trabalho acrescido na criação e disponibilização de material, em suporte de papel e digital.

Não poderá ser esquecido que as planificações de todo o trabalho desenvolvido fazem parte integrante dos Projectos Educativos e, consequentemente, dos Planos Anuais de Actividades das escolas envolvidas. Outro importante aspecto, e que vem ao encontro das preocupações do Gabinete de Gestão Equal, prende-se com o reflexo considerável que o projecto tem tido nos meios de comunicação social locais, tais como, jornais, rádios e RTA/Açores, como mostram as evidências. De notar, também, a colocação, de toda a informação pertinente sobre a temática nos sites das escolas.

De salientar, ainda, que, a avaliar pelo sentimento dos professores envolvidos e pelo seu entusiasmo, provenientes da consciencialização de que há ainda um longo percurso a fazer no sentido da eliminação das desigualdades existentes, a continuação da abordagem desta temática estará assegurada no próximo ano lectivo, com eventuais alterações e ajustamentos, dependendo da distribuição de serviço que for levada a cabo.

É, sem dúvida, de relevar, nas duas escolas, o excelente trabalho de equipa que foi realizado e o empenho com que estes profissionais da Educação impregnaram toda a sua acção. Só assim, com união de esforços e partilha de experiências, dúvidas e anseios, aliás, inerentes a todo o trabalho de projecto, não esquecendo as condições de trabalho, poderá ser dada continuidade a esta aposta e poder-se-á chegar longe na senda da construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Luísa Cordeiro

Outras informações sobre o projecto em
e

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